Brasil

Covid-19: Anvisa diz que liberação de vacina não terá influência política

O presidente Jair Bolsonaro travou uma guerra com o governador João Doria sobre a aquisição de doses da Coronavac, contra o coronavírus

Por Metrópoles 21/10/2020 16h04
Covid-19: Anvisa diz que liberação de vacina não terá influência política
Anvisa libera testes de vacina chinesa contra o novo coronavírus - Foto: Miguel Noronha/ Divulgação

O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o contra-almirante Antonio Barra Torres, afirmou que não haverá influência política ou de qualquer outra natureza no processo de licenciamento de vacinas contra o novo coronavírus.

“O trabalho da Anvisa no caso de desenvolvimentos vacinais é um trabalho que já ocorreu, que foi anuir, ou seja, autorizar os protocolos. Uma vez feita a anuência, vamos acompanhá-los e trabalhar para a concessão do registro daqueles que forem solicitados. Esse processo não pode sofrer alteração, influência ou ação que não da ciência e apego à boa técnica”, disse Torres.

Ele evitou comentar o embate entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, referente à compra de vacina por parte do governo federal.

Nessa terça-feira (20/10), o ministro da Saúde assinou protocolo de intenção e comunicou governadores sobre a aquisição de 46 milhões de dose da vacina Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech, para imunização contra o novo coronavírus.

Após o anúncio, no entanto, Bolsonaro desautorizou Pazuello e afirmou que mandou cancelar a assinatura do protocolo.

A declaração foi dada em Iperó, no interior paulista, onde o chefe do Executivo cumpre agenda nesta quarta-feira (21/10).

Segundo Bolsonaro, “houve uma distorção” por parte de João Doria no entendimento do governador sobre o protocolo de intenções. “Já mandei cancelar, se ele assinou. O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade, até porque estaria comprando uma vacina que ninguém está interessado por ela, a não ser nós”, frisou.