Com mais de 1.400 mortes por Aids em AL em dez anos, Sesau alerta sobre importância do tratamento
Alagoas diagnosticou 3.858 pessoas portadoras da doença neste período
Ainda sem cura, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida já levou a óbito 1.414 alagoanos nos últimos dez anos, quando foram diagnosticadas 3.858 pessoas com a doença. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) nesta terça-feira (1º), Dia Mundial de Luta contra a Aids, quando o Ministério da Saúde (MS) lançou a Campanha “Faça o teste: Se der positivo, inicie o tratamento”, em alusão do Dezembro Vermelho.A ação visa estimular a testagem rápida em moradores dos 102 municípios alagoanos, que possuem técnicos treinados visando realizar o teste rápido para diagnostico da Aids, resultante da contaminação pelo vírus HIV. Por meio da testagem rápida, o diagnóstico precoce e o início do tratamento em tempo oportuno, diminuem as chances da evolução da doença e, consequentemente, de o portador do vírus evoluir para óbito, conforme apontam estudos realizados por infectologistas.
“O Brasil possui um Programa de Aids que é referência mundial e, com os medicamentos que são eficientes e levam os portadores a terem uma vida normal, muitas pessoas negligenciam quanto à prevenção. Entretanto, como a doença não tem cura, prevenir ainda é o melhor remédio”, salienta Sheila dos Anjos, coordenadora do Programa Estadual de Combate às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).Isso porque, mesmo com todas as campanhas de conscientização e a distribuição de preservativos masculinos e femininos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), a prática do sexo desprotegido ainda tem ocorrido com frequência. “Realidade que coloca em risco à vida de muitas pessoas, uma vez que os portadores da Aids, em sua maioria, não transparecem que são infectados pelo vírus HIV e, muitos deles, sequer sabem que estão infectados”, ressalta Sheila dos Anjos, destacando a importância da testagem rápida e do uso dos preservativos durante a prática sexual.Epidemiologia – Ainda conforme o Programa Estadual de Combate às Infecções Sexualmente Transmissíveis, já são 7.378 pessoas infectadas no Estado até o primeiro semestre deste ano. Em 1986, quando o primeiro alagoano foi diagnosticado com a Aids, houve o registro de seis casos; já em 2018, foram contabilizadas 452 notificações, se notabilizando como o maior número de registros dos últimos 34 anos.Já nos últimos dez anos, das 3.858 pessoas diagnosticadas com Aids, 2.562 eram do sexo masculino e 1.296 do feminino. Quatro delas eram menores de um ano de vida, 179 tinham entre um e 19 anos, 892 tinham entre 20 a 29 anos, 1.271 entre 30 a 39 anos, 1.346 entre 40 a 59 anos e 166 estavam acima dos 60 anos.