FMAC registra número recorde de inscrições em editais da Lei Aldir Blanc
Índice de participantes foi acima das expectativas
Com o encerramento do período de inscrições nos editais da Lei Aldir Blanc, a Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC) contabiliza um número recorde de participantes, entre artistas, realizadores, técnicos, instituições e equipamentos ligados à cultura em Maceió. Ao todo foram mais de 800 cadastros, índice bem maior que o esperado.
Para o assessor especial do órgão, Marcos Sampaio, o registro de mais de 800 inscrições representa o coroamento de um trabalho de valorização da cultura e democratização do acesso aos recursos públicos destinados ao setor, com a implantação de uma política de seleção de espaços, equipamentos, artistas, grupos e coletivos por meio de editais, mudando o cenário da produção cultural em Maceió e impulsionado as mais diversas manifestações artísticas existentes.
“A FMAC encerra um trabalho de oito anos de maneira vitoriosa, contemplando toda a comunidade cultural e levando recursos para aqueles que tiveram suas vidas impactadas por essa crise que a pandemia nos impôs. Isso só demonstra o compromisso que a atual gestão teve para com todos os que fazem a cultura em Maceió”, afirmou Marcos Sampaio.
Segundo ele, esse número expressivo de inscrições, contemplando todos os editais lançados pela FMAC, irá permitir ao Município executar todo o valor destinado a Maceió. “Mais de R$ 7,1 milhões estão sendo disponibilizados para que essas pessoas possam dar continuidade às suas atividades profissionais, para que desenvolvam seus projetos e se mantenham ativos. São recursos que vão movimentar o cenário cultural da cidade, não só agora no final de 2020 como também em 2021”.
O primeiro edital, de Cadastramento de Espaços Artísticos e Culturais de Maceió, aberto em setembro, contemplou mais de 100 instituições. A maioria já recebeu as três parcelas dos recursos destinados, no valor de R$ 4 mil e 7 mil cada parcela, e já estão podendo sanar dívidas acumuladas ao longo do ano, por causa da Covid-19, e manter esses espaços e pequenas empresas em funcionamento.
Agora, a FMAC entra no processo de seleção dos inscritos no Edital Mestra Hilda, que irá contemplar instituições sem fins lucrativos (pessoas jurídicas) que atuam na área de cultura ou desenvolvem projetos com grupos culturais e ações na cidade.
As instituições classificadas vão receber R$ 50 mil cada, para desenvolver projetos on line durante o período de pandemia. O resultado preliminar das propostas classificadas será publicado na edição do Diário Oficial do Município (DOM) desta sexta-feira (4).
O edital de Cadastramento de Espaços Culturais leva o nome de uma das maiores referências na dança do pagode ou coco de roda. Hilda Maria da Silva, a Mestra Hilda, é reconhecida pelo seu saber popular e por coordenar os folguedos Pagode Comigo Ninguém Pode e as Baianas por mais de 46 anos. Faleceu aos 89 anos, deixando seu legado cultural no bairro da Chã de Bebedouro e na memória do povo de Maceió.
Reconhecimento Cultural – Na próxima semana, será divulgado o resultado preliminar do Edital de Premiação para Reconhecimento Artístico-Cultural, voltado tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, com premiações que variam entre R$ 6 mil e R$ 20 mil.
A chamada pública registrou quase 700 inscrições, mobilizando toda a comunidade cultural de Maceió, entre produtores, realizadores, artistas, mestres, consultores, assessores, pesquisadores e demais profissionais relacionados ao mundo da cultura, além dos prêmios voltados aos grupos e empresas culturais.
Dividido em quatro categorias, o Edital de Premiação presta uma merecida homenagem a quatro personalidades que, na sua área de atuação, contribuíram para a manutenção, disseminação e preservação da identidade cultural da cidade.
Mestra Virgínia, nome expressivo da cultura popular alagoana, dedicou sua vida à dança do reisado, conquistando reconhecimento internacional por compor suas próprias letras e pela voz marcante e que teve sua história contada em filme.
O pintor Mestre Zumba, que imprimiu em suas obras toda a riqueza da cultura afro e da negritude, tornando-se nome importante para a história da arte em Alagoas. A atriz, artista, cantora, escritora e militante feminista Anilda Leão, com diversas obras publicadas em revistas e jornais alagoanos e participação em produções para a TV e o cinema nacionais, como Lampião e Maria Bonita, Órfãs da Terra, Bye Bye Brasil, Memórias do Cárcere e Deus é Brasileiro.
E, por último, o professor Walfrido Pedrosa de Amorim, mais conhecido como Nô Pedrosa, um dos ativistas sociais e políticos mais conhecidos de Maceió, que na década de 1960 tornou-se um combatente fervoroso da ditadura militar. Morto em 2017, dedicou sua vida à causa em favor da população de rua e desenvolveu trabalhos voltados para esse público.