Síndrome pós-covid: infecção pode provocar sequelas mesmo após cura da doença
Infectologista lista complicações decorrentes do coronavírus

A Covid-19 está longe de ser uma doença passageira e nem sempre a cura da infecção significa o fim dos sintomas causados pelo novo coronavírus. A síndrome pós-covid, também conhecida como “Covid longa”, “Covid persistente” ou “Covid prolongada”, tem se tornado cada vez mais comum em pacientes no mundo inteiro.
Os problemas de saúde são vários e vão de manifestações dermatológicas a distúrbios cardíacos. De acordo com o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, as sequelas geralmente surgem depois de quatro semanas após o quadro agudo da infecção e merecem atenção.
A infectologista e diretora corporativa de infectologia do Sistema Hapvida, Dra. Silvia Fonseca, explica que doenças virais e bacterianas podem provocar complicações que, em muitos casos, podem pedir acompanhamento médico rigoroso. “Além da Covid-19, também existem outras doenças que deixam sequelas, como a catapora e a caxumba, por exemplo”, diz.
FADIGA E DIFICULDADES RESPIRATÓRIAS
A médica afirma que a Covid longa tende a ocorrer com mais frequência em pacientes que sobreviveram à versão grave da doença, mas também pode acometer pessoas que tiveram Covid-19 nas versões leve e moderada, sem precisar de hospitalização.
“Os sintomas mais persistentes são fadiga, dificuldade de concentração, dificuldades respiratórias, tosse, dores musculares, dores articulares, dores no peito, depressão, ansiedade, dor de cabeça, tonturas, perda do olfato e paladar”, destaca.
E não são só os adultos que podem estar suscetíveis à Covid persistente como muitos pensam. Um estudo da Academia Americana de Neurologia, divulgado recentemente, apontou que metade das crianças que tiveram síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica após a Covid-19 apresentou algum sintoma neurológico.
CUIDADOS DEVEM SER REDOBRADOS
Dra. Silvia Fonseca diz que a melhor maneira de evitar complicações a longo prazo é prevenir a Covid-19. “É muito importante manter todos os cuidados mesmo após a cura da infecção, o que significa lavar bem as mãos com água e sabão, fazer uso frequente de álcool em gel e manter o distanciamento social”, ressalta.
“Se o paciente sentir algum sintoma persistente após o término da fase aguda da doença ou mesmo depois da alta hospitalar, é imprescindível procurar um médico. Não podemos descuidar em nenhum momento”, finaliza a infectologista do Sistema Hapvida.
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