Justiça

Confira os principais depoimentos do julgamento do caso Abinael

Os quatro réus acusados de envolvimento na morte de Abinael Ramos Saldanha começaram a ser julgados nesta terça-feira (26)

Por 7Segundos 26/10/2021 16h04
Confira os principais depoimentos do julgamento do caso Abinael
Abinael Ramos Saldanha foi morto em 2016 - Foto: Divulgação

Os quatro réus acusados de envolvimento na morte de Abinael Ramos Saldanha começaram a ser julgados nesta terça-feira (26), em júri popular na 3ª Vara Criminal de Rio Largo, que está sendo transmitido on-line. O crime aconteceu no ano de 2016.

Ericksen Dowell da Silva Mendonça, Deivison Bulhões da Rosa Santos, Jonathas Barbosa de Oliveira e Jalves Ferreira da Silva são os suspeitos que estão passando pelo julgamento. O assassinato aconteceu depois que a vítima descobriu que Ericksen estava desviando valores da empresa em que trabalhavam.

A primeira testemunha ouvida foi Alexandre Gomes Costa Neto, dono da empresa. Segundo ele, Abinael, que trabalhava de maneira exemplar, chegou a pedir prioridade na contratação de Ericksen. "Ele indicou alguns currículos, dentre eles, o Ericksen. Apresentado como amigo pessoal, de infância, que frequentava a mesma igreja. Abinael me disse que se eu desse prioridade para a contratação dele, o próprio Abinael se encarregaria de treiná-lo. Trabalharam juntos por um ano mais ou menos", detalhou.

Em seguida, foi a vez do gerente da empresa em Aracaju (SE), Regivaldo de Jesus Clementino, que contou que foi o último a falar por telefone com a vítima. "Era 21h19 e a ligação durou 7 minutos. Estávamos conversando, ele no viva voz e eu no sofá de casa. Ele supostamente parou o carro e disse 'tô vendo o Ericksen aqui. Dá um legal pra ele, ele está vendo você'. E ele falou para mim assim: 'bicho, depois eu te ligo, te ligo já, te ligo já'. Essas foram as últimas palavras do Abinael para mim", relatou Regivaldo.

O irmão de Abinael, Wallei Ramos Saldanha, foi terceiro a ser ouvido. Ele disse que o irmão era uma pessoa maravilhosa e que era muito amado. "Não tenho como mensurar a dor que foi perder o Abinael. Minha mãe está à base de remédios. Minha mãe era dependente dele. Hoje ela está depressiva e não pode ficar sozinha em casa", contou.

"Ele tomava conta da minha mãe e do meu irmão mais novo, Augusto. Nossa família não tem uma condição de vida boa. Graças ao pessoal da igreja, conseguimos um lugar para enterrar meu irmão e conseguimos um enterro digno. O Alexandre ajudou durante alguns meses, deu suporte no desligamento e o FGTS, até que eu conseguisse um emprego para poder ajudar minha mãe. Depois de muita luta, conseguimos uma pensão por morte para minha mãe", finalizou.

A ex-noiva da vítima, Elainy Kelly Oliveira de Medeiros, contou que foi apresentada ao Abinael por Ericksen. Ela contou que o comportamento do amigo, que é acusado de ser o mandante do crime, não levantava suspeitas. "Pelo que eu sei, sempre foram amigos e nunca tiveram nenhum desentendimento, nem dentro da empresa".

Relembre o caso

Abinael Ramos Saldanha foi visto pela última vez no dia 15 de junho de 2016. Após buscas da família e diligências policiais, o desfecho foi revelado e o corpo encontrado na zona rural de Rio Largo, nas proximidades da Usina Santa Clotilde, no dia 22.

Segundo os legistas, o cadáver se encontrava em estado avançado de decomposição e, por conta disso, não permitiria reconhecimento visual por parte da família. Após necropsia e exames mais detalhados, o IML revelou se tratar do desaparecido e uma coletiva de imprensa foi convocada para esclarecer o caso.

A morte do jovem foi encomendada por R$ 6 mil pelo próprio companheiro de trabalho de Abinael, Ericksen Dowell. O crime teria sido motivado por inveja profissional.