Cultura

Onde estão as duas estátuas de pessoas negras em Maceió

Dos dez pricipais monumentos da capital, apenas dois fazem referência à cultura afro

Por 7Segundos 20/11/2021 08h08
Onde estão as duas estátuas de pessoas negras em Maceió
Ganga Zumba na Praia da Cruz das Almas - Foto: Elen Oliveira/ 7Segundos

Maceió começou a ganhar fama de ser uma cidade que celebra suas figuras ilustres. Contudo, de dez estátuas que são destaques na cidade, apenas duas fazem referência a pessoas negras. Dados do último Censo do IBGE, realizado em 2010, apontam que a população na capital é formada por 6,6% de pessoas que se consideram negras e 60,8% de pardos. O que não reflete na representatividade dos monumentos. Conheça quais são os únicos:

No novo ponto de ônibus ao lado do Sesc Poço se encontra a estátua em homenagem a Mãe Preta na Praça 13 de Maio. Inaugurada e 1968, a escultura está sem as cores originais e com marcas de vandalismo, como pichações.

Monumento na Praça 13 de Maio (Foto: Ellen Oliveira)

Ganga Zumba, primeiro líder do Quilombo dos Palmares tem uma estátua na praça que leva seu nome, no bairro Cruz das Almas, em Maceió,AL.

A estátua de Ganga Zumba foi retirada da praça em 2010, quando a anterior gestão de Maceió propôs a revitalização do bairro. O monumento retornou ao lugar de origem, na praça que lhe dá nome, em 19 de novembro de 2015.

Nascido em 1630, Reino do Kongo, Ganga Zumba é de origem jaga, povo guerreiro de Angola. Filho da princesa Aqualtune, trabalhou na organização do primeiro Estado Negro nas Américas,em Palmares.

Foi o primeiro grande líder do Quilombo dos Palmares,ou Janga Angolana, na Capitania de Pernambuco atual estado de Alagoas, Brasil. Reconhecido, historicamente, como um grande estadista, exímio guerreiro e também estrategista em lutas.

Era tio de Zumbi e reinou durante mais de quarenta anos, levando o Quilombo dos Palmares ao apogeu e ao reconhecimento como nação pela Coroa Portuguesa.

Demarcou espaços e lugares históricos na luta contra a escravidão.

Ganga Zumba foi traído e morto em 1678, e os seus seguidores foram reescravizados pelos portugueses.

Ganga Zumba apontando para a África (Foto: Ellen Oliveira)