Retorno presencial: pró-reitor da UFAL comenta 'volta à normalidade' após cortes no orçamento
Os cortes públicos no orçamento da manutenção da instituição se tornaram cada vez mais comum nos últimos anos
Na última terça-feira (15), a Universidade Federal de Alagoas (UFAL) anunciou o retorno presencial de todas as atividades acadêmicas para o dia 21 de março. O pró-reitor da instituição, Amauri Barros, participou do programa Na Mira da Notícia desta sexta-feira (19) para comentar sobre 'a volta à normalidade' após diversos cortes públicos no orçamento da universidade.
Amauri Barros inicia o bate-papo com o jornalista Angelo Farias destacando que o retorno presencial possui algumas dificuldades, mas que "os problemas fazem parte do dia a dia". Ele ainda pontua a ansiedade da comunidade acadêmica com a volta das atividades presenciais.
Quanto ao corte do orçamento da UFAL, que vem se tornando cada vez mais comum nos últimos anos, mas que aumentou com a pandemia, o pró-reitor pontua que "a palavra de ordem é resistência". "Infelizmente não podemos ter boas expectativas [o retorno dos investimentos] desse governo. Gostaríamos muito de acreditar, mas não tem condições. A gente precisa sobreviver, se reinventar, fazer tudo o que for possível, buscar o apoio da iniciativa privada, parcerias, projetos e tocar a vida. Precisamos continuar sonhando, conjugar o verbo 'esperançar', senão deixamos de existir", disse ele, acrescentando que a instituição nunca teve 'uma vida fácil', mas que nos últimos três anos o descaso com as universidades públicas tem aumentado. "Vamos continuar trabalhando para transformar vidas; essa é a nossa missão e isso é o que nos dá força todos os dias para tocar em frente".
A UFAL teve um corte de 42% na verba de custeio, que é destinada à manutenção da instituição, como ao pagamentos das contas de água, de luz, de limpeza, vigilância e outras necessidades básicas da comunidade. "O orçamento da universidade foi reduzido drasticamente e grande parte vai para as famosas emendas de bancada, individuais. Ele [Jair Bolsonaro] retirou o dinheiro do orçamento e colocou na mão, de certa forma, dos parlamentares", explicou.