Geral

Territórios quilombolas em Alagoas serão mapeados pelo Censo 2022

Nova classificação na pesquisa busca identificar uma maior diversidade étnica

Por 7Segundos com IBGE 17/08/2022 11h11 - Atualizado em 17/08/2022 11h11
Territórios quilombolas em Alagoas serão mapeados pelo Censo 2022
Pessoas poderão responder que são quilombolas pela primeira vez - Foto: Assessoria

"Você se considera quilombola?". Pela primeira vez em um recenseamento os brasileiros poderão responder a esta pergunta. Para dar visibilidade à questão inédita e sensibilizar as lideranças e comunidades quilombolas a responderem ao Censo, o IBGE realizou nesta quarta-feira (17) o Dia de Mobilização do Censo Quilombola em diversos pontos do país.

Em Alagoas, o evento ocorreu na Comunidade do Muquém, agrupamento quilombola localizado no município de União dos Palmares. Pela manhã, agentes do IBGE realizaram a “Reunião de Abordagem” junto às lideranças locais, apresentando os recenseadores responsáveis pela aplicação do questionário nos domicílios da região.

Em Alagoas foram mapeados três territórios quilombolas: Cajá dos Negros (Batalha), Tabacaria (Palmeira dos Índios) e Abobreiras (Teotônio Vilela). Além disso, o estado conta ainda com 77 agrupamentos quilombolas e 103 áreas de interesse operacional quilombola. Há expectativa de presença das localidades quilombolas em 56 dos 102 municípios alagoanos.

Quem responde ao Censo Quilombola?


A questão “Você se considera quilombola?” não vai aparecer em todos os questionários, apenas em locais previamente definidos pelo IBGE. Há três diferentes tipos de áreas quilombolas mapeadas pelo IBGE:

- territórios quilombolas oficialmente delimitados, segundo informações do INCRA e institutos de terra estaduais;
- agrupamentos quilombolas, áreas com pelo menos 15 indivíduos e domicílios próximos espacialmente;
- áreas de interesse operacional quilombola: área definida a partir de dados do IBGE e de registros administrativos de órgãos oficiais e instituições parceiras, caracterizadas pela dispersão dos domicílios ocupados ou onde não foi possível confirmar a presença de população quilombola.

Caso o informante se declare quilombola, o recenseador perguntará “Qual o nome da sua comunidade?”.

Essas duas perguntas possibilitarão que todo o restante do questionário, com temas como trabalho, renda, saúde, educação, gere dados para a população quilombola e também para cada comunidade quilombola.

Abordagem diferenciada


Em áreas habitadas por povos e comunidades tradicionais, como quilombolas e indígenas, existe uma abordagem diferenciada. Antes de iniciar a coleta, a coordenação do IBGE na região deve procurar a liderança local e agendar uma reunião, chamada pelo órgão de reunião de abordagem, a qual vai dar maiores detalhes sobre o IBGE e o Censo Demográfico.

Todos os recenseadores que atuarão em áreas quilombolas ou indígenas passam por um dia a mais de treinamento para tratar especificamente do recenseamento junto a povos e comunidades tradicionais. Durante a coleta, as comunidades podem indicar um guia comunitário para auxiliar o trabalho do IBGE em locais de difícil acesso.