Justiça concede guarda provisória de irmãos a casal LBGTQIA+
O casal Fabrício Pereira e Osley Miraveti ficou sabendo dos irmãos por meio dos vídeos do projeto Adoções Possíveis, do Tribunal de Justiça
A 28ª Vara Cível da Infância e Juventude de Maceió concedeu, nesta segunda-feira (22), a guarda provisória dos irmãos Maxwell (9) e Moisés (7) ao casal Fabrício Pereira e Osley Miraveti. Os adotantes, que vinheram de Sorocaba (SP), tomaram conhecimento de que os meninos estavam disponíveis para serem adotados através do projeto Adoções Possíveis.
Fabrício e Osley, que vinham se preparando para adotar há cinco anos, se depararam com o vídeo das crianças e imediatamente houve o interesse em adotá-las. Eles estavam mantendo contato com as crianças há cerca de dois meses, através de videochamada. Há 10 dias, o casal está em Maceió, convivendo com Maxwell e Moisés aguardando a aprovação da guarda provisória.
“Quando chegamos aqui, já começamos a rotina de levá-los para a escola, buscar, passar um tempo conosco. Tudo que a gente estava treinando durante o período de vídeochamada, aconteceu. Vivenciamos esse convívio nesses dias com bastante intensidade”, contou Fabrício.
“A conexão e o vínculo com eles foi muito rápido, eles se apegaram a gente de maneira bastante intensa, foram bastante carinhosos com a gente bastante afetuosos. Como esse vínculo foi estabelecido muito rápido, estamos nos sentindo confortáveis para já assumir essa paternidade”, afirmou Osley.
Juíza Fátima Pirauá conduziu audiência para concessão da guarda provisória.
Os meninos estavam sob o apadrinhamento de um casal, que explicaram aos novos pais de Maxwell e Moisés toda a dinâmica dos irmãos e suas particularidades. “Foi bastante importante esse apoio deles. Mesmo a distância, vamos fazer vídeos e enviar fotos e eles estão convidados a nos visitarem em Sorocaba”, disse Fabrício.
Osley explicou que os vídeos de Maxwell e Moisés para o Adoções Possíveis foram fundamentais para chegarem até as crianças. “Foi como a gente teve esse contato inicial. Quando há esse vídeo mostrando a vivência, mostrando que eles existem, a gente consegue enxergar que esse era o caminho”, contou Osley.
A juíza Fátima Pirauá, titular da 28ª Vara, explicou que a guarda provisória serve para o estágio de convivência, para que as crianças se adaptem à nova realidade familiar. Será enviada uma carta precatória à comarca onde o casal reside, para que, em seguida, uma equipe multidisciplinar faça o acompanhamento durante 90 dias acerca desse estágio.
“Se der tudo certo, vamos receber um relatório e marcar a audiência para concretizar a adoção. Têm sido fundamentais os vídeos do projeto Adoções Possíveis, onde o casal pode ter a percepção que aquelas crianças têm amor para dar, precisam dessa família e estão aptos a serem adotados”, avaliou a magistrada.