Comportamento

100 anos do Rádio: primeiro melhor amigo nos lares alagoanos

O rádio nasceu oficial em 1922 durante comemorações do Centenário da Independência

Por Marcos Filipe Sousa 04/09/2022 08h08
100 anos do Rádio: primeiro melhor amigo nos lares alagoanos
Cantora Marlene Santos em um show na cidade de Matriz de Camaragibe em 1966 - Foto: Reprodução

“Está entrando no ar a sua estação de rádio favorita”. A frase saudosista da Era de Ouro do Rádio era ouvida há 100 anos quando iniciava as primeiras transmissões. O veículo que já foi tido como morto, se adaptou aos novos tempos e celebra seu centenário no próximo dia 7 de setembro.

O rádio nasceu no Brasil, oficialmente, em 1922, nas comemorações do centenário da Independência do país, com a transmissão, à distância e sem fios, da fala do presidente Epitácio Pessoa na inauguração da radiotelefonia brasileira.

Roquette Pinto, um médico que pesquisava a radioeletricidade para fins fisiológicos, acompanhou tudo e, entusiasmado com as transmissões, convenceu a Academia Brasileira de Ciências a patrocinar a criação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que viria a ser a PRA-2.

A rádio só começou a operar, no entanto, em 30 de abril de 1923, com um transmissor doado pela Casa Pekan, de Buenos Aires, instalado na Escola Politécnica, na então capital federal.

Mário Marroquim discursa na inauguração da Rádio Difusora em 16 de setembro de 1948


Já a iniciativa, em Alagoas, aconteceu em 1925, quando Mário Marroquim, que viria a ser o primeiro Diretor Geral da Rádio Difusora, e um grupo de idealistas alagoanos instalaram a primeira emissora em Maceió, a Rádio Clube de Alagoas.

Os eletrotécnicos Jacques Mesquita e Luiz Gonzaga, no ano de 1933, fizeram funcionar uma pequena emissora, chamada Estação Experimental, na Rua Dois de Dezembro, Centro de Maceió, no primeiro andar da Farmácia Pasteur.

Procuramos a voz que há 34 anos conhece essa realidade, Kássio Kiss. O radialista chegou em terras alagoanas em 1991 e de lá para cá, passou desde o entretenimento ao jornalismo de rua.

“O rádio evoluiu com as novas tecnologias e vai se adaptando a cada novo impacto. Desde a utilidade pública, notícias, música, as pessoas recorrem ao rádio para vários momentos de sua vida”, disse o radialista.

Kássio Kiss no seu ambiente favorito, o estúdio de rádio


Segundo o comunicador, o primeiro local onde o rádio é mais ouvido, segue a seguinte ordem: casa, carro e no trabalho.

Kássio explica que mesmo com serviços de streaming, o veículo tem algo que é característico do ser humano, a interação.

“Quando ocorre um acidente, por exemplo, uma emissora de televisão demora a chegar, um site também, mas o rádio, basta um telefonema para que a informação chegue no momento que ocorre”, explicou.

Ele comenta como é seu cotidiano na emissora que trabalha. “Começa com a alegria de sair de casa. Assim podemos levar toda positividade e amor para as pessoas. O produto final é maravilhoso”.