100 anos do Rádio: primeiro melhor amigo nos lares alagoanos
O rádio nasceu oficial em 1922 durante comemorações do Centenário da Independência
“Está entrando no ar a sua estação de rádio favorita”. A frase saudosista da Era de Ouro do Rádio era ouvida há 100 anos quando iniciava as primeiras transmissões. O veículo que já foi tido como morto, se adaptou aos novos tempos e celebra seu centenário no próximo dia 7 de setembro.
O rádio nasceu no Brasil, oficialmente, em 1922, nas comemorações do centenário da Independência do país, com a transmissão, à distância e sem fios, da fala do presidente Epitácio Pessoa na inauguração da radiotelefonia brasileira.
Roquette Pinto, um médico que pesquisava a radioeletricidade para fins fisiológicos, acompanhou tudo e, entusiasmado com as transmissões, convenceu a Academia Brasileira de Ciências a patrocinar a criação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que viria a ser a PRA-2.
A rádio só começou a operar, no entanto, em 30 de abril de 1923, com um transmissor doado pela Casa Pekan, de Buenos Aires, instalado na Escola Politécnica, na então capital federal.
Já a iniciativa, em Alagoas, aconteceu em 1925, quando Mário Marroquim, que viria a ser o primeiro Diretor Geral da Rádio Difusora, e um grupo de idealistas alagoanos instalaram a primeira emissora em Maceió, a Rádio Clube de Alagoas.
Os eletrotécnicos Jacques Mesquita e Luiz Gonzaga, no ano de 1933, fizeram funcionar uma pequena emissora, chamada Estação Experimental, na Rua Dois de Dezembro, Centro de Maceió, no primeiro andar da Farmácia Pasteur.
Procuramos a voz que há 34 anos conhece essa realidade, Kássio Kiss. O radialista chegou em terras alagoanas em 1991 e de lá para cá, passou desde o entretenimento ao jornalismo de rua.
“O rádio evoluiu com as novas tecnologias e vai se adaptando a cada novo impacto. Desde a utilidade pública, notícias, música, as pessoas recorrem ao rádio para vários momentos de sua vida”, disse o radialista.
Segundo o comunicador, o primeiro local onde o rádio é mais ouvido, segue a seguinte ordem: casa, carro e no trabalho.
Kássio explica que mesmo com serviços de streaming, o veículo tem algo que é característico do ser humano, a interação.
“Quando ocorre um acidente, por exemplo, uma emissora de televisão demora a chegar, um site também, mas o rádio, basta um telefonema para que a informação chegue no momento que ocorre”, explicou.
Ele comenta como é seu cotidiano na emissora que trabalha. “Começa com a alegria de sair de casa. Assim podemos levar toda positividade e amor para as pessoas. O produto final é maravilhoso”.