Saúde

Pelé está sob cuidados paliativos; o que é isso?

O ex-jogador estava tratando um câncer de cólon desde setembro do ano passado

Por 7Segundos com Uol Notícias 03/12/2022 15h03
Pelé está sob cuidados paliativos; o que é isso?
Pelé - Foto: Ricardo Stuckert/CBF/Direitos Reservados

Pelé, 82, não responde mais ao tratamento quimioterápico e está sob cuidados paliativos, segundo a Folha de S.Paulo. O ex-jogador estava tratando um câncer de cólon desde setembro do ano passado. No início de 2022, entretanto, foram diagnosticadas metástases no intestino, fígado e pulmão.

Os cuidados paliativos visam oferecer conforto, qualidade de vida e aliviar o sofrimento de um paciente com uma doença incurável. As medidas vão depender dos sintomas e do prognóstico —quanto tempo de sobrevida é esperado para o paciente.

Além de atuar junto do enfermo, o paliativista também trabalha com toda a família do paciente, para aliviar possíveis focos de aflição e garantir o mínimo de bem-estar, dignidade, autonomia e independência neste momento. 

A decisão sobre fazer ou não determinado tratamento depende de uma conversa franca e honesta, que envolve toda a equipe médica, o paciente (se ele estiver consciente) e a família. A partir dessa reunião, é possível chegar a um consenso e tomar uma decisão em conjunto sobre o melhor caminho a seguir.

Princípios básicos dos cuidados paliativos: 

  • Promover o alívio da dor e de outros sintomas; 
  • Não acelerar nem adiar a morte; 
  • Oferecer suporte para que o paciente viva tão ativamente quanto possível; 
  • Ser iniciado o quanto antes, junto de outras medidas para prolongar a vida; 
  • Afirmar a vida e considerar a morte como um processo natural; 
  • Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente; 
  • Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso de vida; 
  • Auxiliar os familiares durante a doença do paciente e a enfrentar o luto. 

A equipe de cuidados paliativos é composta por diversos profissionais que controlam os sintomas: 

  • Do corpo (médicos e enfermeiros); 
  • Da mente (psicólogos e psiquiatras); 
  • Espirituais (padre, pastor, rabino, entre outros); 
  • Sociais (assistentes sociais).

Além do câncer 

Veja as principais condições que requerem cuidados paliativos: 

  • Doenças cardiovasculares (38%); 
  • Cânceres (34%); 
  • Anormalidades congênitas (25%); 
  • DPOC, ou doença pulmonar obstrutiva crônica (10%); 
  • Aids (5,7%); 
  • Diabetes (4,5%); 
  • Alzheimer e outras demências (1,65%).

O que não são cuidados paliativos? 

Os cuidados paliativos, quando bem feitos e conduzidos, não têm nada a ver com eutanásia, ou com deixar o paciente morrer sem oferecer a ele o melhor tratamento. 

Eles envolvem, na verdade, discutir os tratamentos disponíveis para aquele caso e pensar, seguindo a evidência científica, as opções terapêuticas que não vão funcionar e podem até aumentar o sofrimento. 

Os cuidados paliativos tentam trazer alívio em todas as fases da doença e podem ser empregados em paralelo à terapia padrão. 

*Com informações de matéria publicada no dia 01/04/21