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Torcedores brasileiros reagem a críticas estrangeiras por danças na Copa

Ex-volante da seleção irlandesa, Roy Keane comentou na televisão britânica que celebração era desrespeitosa com adversário; "quem é Roy Keane?", ironizaram usuários do Twitter

Por 7Segundos com CNN Brasil 06/12/2022 20h08
Torcedores brasileiros reagem a críticas estrangeiras por danças na Copa
Jogadores do Brasil comemoram um dos gols na goleada de 4 x 1 sobre a Coreia do Sul - Foto: 05/12/2022REUTERS/Carl Recine

Torcedores brasileiros se uniram pelas redes sociais em defesa dos jogadores da seleção, que vêm recebendo críticas internacionais pelas danças feitas durante a comemoração de gols na Copa do Mundo do Catar.

Durante a vitória por 4 a 1 contra a Coreia do Sul pelas oitavas de final, Vini Jr., Richarlison, Neymar, Lucas Paquetá e até mesmo Tite celebraram a goleada com algumas “dancinhas” ao longo da partida.

Um dos comentários que mais repercutiu nos últimos dias foi feito pelo ex-volante do Manchester United, Roy Keane. Ele afirmou que acha “realmente desrespeitoso com o adversário”.

“Eu não consigo acreditar no que vejo. Nunca vi tanta dança. É como assistir Dança dos Famosos. Eu sei que tem a questão da cultura, mas acho realmente desrespeitoso com o adversário. São quatro (gols) e eles fazem toda vez. A primeira dancinha ou seja lá o que façam, tudo bem. E então o técnico se envolve. Não fico feliz com isso. Não acho isso nada bom”, disse Keane.

Em coletiva após o jogo, Tite afirmou que não quis desrespeitar o adversário e nem o então comandante Paulo Bento.

No Twitter, não faltaram críticas e memes sobre o ex-camisa 6 da seleção irlandesa. “Alguém pode me lembrar quantas vezes Roy ganhou a Copa do Mundo?”, escreveu um usuário. “Quem é Roy Keane?”, ironizaram outros.

Alguns ainda apontaram o passado “carniceiro” de Roy como atleta, relembrando o episódio em que, durante um dérbi de Manchester, ele deu uma entrada violenta em Alf-Inge Haaland (pai de Erling Haaland) e quebrou a perna do adversário.

Ele já admitiu em sua autobiografia que cometeu a falta de propósito como vingança por declarações do jogador da equipe rival.

Outras pessoas também argumentaram como muitas seleções latino-americanas e africanas possuem exemplos históricos de que as danças sempre fizeram parte da competição.

“Três pontinhos para quem adivinhar o que os jogadores que dançam têm em comum e mais três pra quem adivinhar o que quem tá reclamando tem em comum também”, questionou um usuário.

Em setembro deste ano, o atacante brasileiro Vini Jr. foi alvo de falas racistas em um programa esportivo na televisão da Espanha pelas danças que costuma fazer.

O empresário Pedro Bravo disse que o camisa 20 do Real Madrid precisava “deixar de fazer macaquice” [“hacer el mono”, em espanhol].

Em um vídeo publicado pelas redes sociais, o jogador respondeu que “são danças para celebrar a diversidade cultural do mundo”.

“Há semanas, começaram a criminalizar as minhas danças. Danças que não são minhas, são do Ronaldinho, do Neymar, do Paquetá, do Pogba, do Matheus Cunha, do Griezmann e do João Félix. Dos funkeiros e sambistas brasileiros. Dos cantores latinos de reggaeton e dos pretos americanos”, disse.

“Aceitem, respeitem ou surtem. Eu não vou parar”, destacou. O episódio levou a uma campanha nas redes sociais em resposta ao comentário racista, na qual todos pediam: “Baila Vini Jr.”

* Publicado por Léo Lopes