Pinto da Madrugada arrasta cerca de 400 mil pessoas em desfile histórico pela orla de Maceió
“Um brinde à vida” invadiu a avenida das prévias carnavalescas em frevo, fantasias, harmonia e muita alegria
Com o tema, “O Pinto da Madrugada é massa, um brinde à vida”, o maior bloco de carnaval de Alagoas e Patrimônio Imaterial da Cultura Alagoana, em parceria com a Prefeitura de Maceió, desfilou sábado, dia 11, levando pela avenida cerca de 400 mil pessoas ao som de 18 orquestras alagoanas e alegorias enaltecendo o frevo. “Foram quase mil músicos no chão, arrastando pela orla toda essa simbologia do carnaval tradicional que o Pinto da Madrugada representa”, disse Hermann Braga, dirigente do bloco.
O bloco inovou com a cadeira Gigante como carro alegórico, simbolizando Maceió, e dos dez bonecos gigantes, dez vieram de Olinda. Dos cinco de Alagoas, um homenageava Marcial Lima, que ajudou a fundar o Pinto da Madrugada, outro o embaixador do frevo, Edécio Lopes, e mais um representando o médico José Alfredo Vasco, os três já falecidos. Também desfilaram, um carro com convidados fantasiados e o Trenzinho Cultural, com personagens.
O Pintoca, carro sonorizado com a Orquestra Pajuçara no Frevo, que já é tradição no desfile, empolgou os milhares de foliões na avenida. “Aqui é só frevo, frevo no pé, no chão, na cultura, na história do nosso bloco e das prévias carnavalescas de Maceió e Alagoas”, comemorava Braga Lyra, um dos fundadores do bloco. “A gente vê essa explosão de alegria e se emociona a cada ano em que o Pinto sai desde 2000”, enfatizou.
A Orquestra do Maestro Almir Medeiros também desfilou em um trio elétrico, puxando frevos antigos. Segundo Hermann Braga, “uma honra para o bloco Pinto da Madrugada ter o Maestro Almir conosco”. Em um dos carros sonorizados, a Orquestra Alagoas do Passado, com dez componentes, e as cantoras Emília, Lavínia e Ismair, levou à pista frevos líricos e canções, liberada pelo maestro Wellington Pinheiro, que será registrado como o primeiro Patrimônio Imaterial do Pinto da Madrugada.
Em mais um carro sonorizado, a Orquestra Terremoto, de Coqueiro Seco, “arrepiou” os foliões com seu repertório de marchinhas. “As outras orquestras vieram no chão, como é de tradição do Pinto da Madrugada”, enfatizou Hermann Braga, citando que, mais uma vez, o desfile do Pinto teve destaque na mídia nacional. Mas foi o encontro entre três dos quatro fundadores do bloco, na pista, que emocionou quem viu, relata Hermann. “Braga Lyra, Eduardo Lyra e Marcos Davi, o abraço de gigantes”, destacou.
Os 5 Clarins do Galo da Madrugada, padrinho do Pinto, também participaram do desfile. Nos prédios ao longo do percurso do desfile, pessoas fantasiadas festejavam o bloco, fazendo o passo a cada orquestra que passava levando o frevo no som. Moradores enfeitaram suas varandas e ergueram brindes ao bloco; nos camarotes, muita gente saudava a mascote e as alegorias, e não resistia ao frevo no pé.
E nas imediações do Marco dos Corais, onde o bloco finalizou seu desfile, ainda houve canja dos músicos e muita animação. No Camarote do Pinto da Madrugada, onde várias autoridades passaram por lá, como secretários municipais e o prefeito da capital, JHC, a canja ficou por conta do compositor Carioca Wanderley Monteiro, da Escola de Samba Portela, o grupo Samba da Periferia e a cantora Millane Hora.
Participaram do desfile orquestras de Maceió e de mais 10 municípios alagoanos, Água Branca, Piaçabuçu, Matriz de Camaragibe, Traipu, Penedo, São Miguel dos Campos, União dos Palmares, Marechal Deodoro, São Brás e Coqueiro Seco.