Meio ambiente

Fenômeno de branqueamento dos corais é observado em praias de Maceió

Nas imagens, fornecidas pelos pesquisadores no último dia 7, é possível ver com clareza a alteração da cor das estruturas que compõem os corais

Por 7Segundos, com Assessoria 08/04/2024 13h01
Fenômeno de branqueamento dos corais é observado em praias de Maceió
Novos registros do fenômeno foram feitos nas praias de Jatiúca e Ponta Verde - Foto: Ricardo J. Miranda / UFAL


O grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), que têm feito o monitoramento do branqueamento dos corais em águas alagoanas, registrou o fenômeno nas praias de Jatiúca e Ponta Verde, no último domingo (7). O evento pode trazer consequências graves para todo o ecossistema recifal e para o ser humano.

Nas imagens, fornecidas pelos pesquisadores que estão sendo coordenados pelos professores Dr. Robson Santos e Ricardo J.Miranda, da UFAL, é possível ver com clareza a alteração da cor dos corais. As estruturas tornaram-se esbranquiçadas, o que preocupa os pesquisadores, uma vez que o branqueamento dos corais é um dos principais fatores responsáveis pelo declínio dos recifes em todo mundo.

O projeto vem monitorando a saúde das comunidades marinhas e as condições oceanográficas de Alagoas desde o ano passado, e agora confirma a elevação da temperatura da água do mar que já atingiu 34°C em Março de 2024. Isso causou o branqueamento em cerca de 90% dos corais observados, onde todas as espécies mostraram algum sinal do fenômeno, como o coral-de-fogo (Millepora alcicornis) umas das espécies mais vulneráveis.

O fenômeno de branqueamento dos corais ocorre quando as altas temperaturas da água faz com que o animal expulse da sua pele as pequenas algas coloridas (chamadas zooxantelas) que vivem ali associadas, e seu tecido agora transparente, mostra a cor branca do seu esqueleto, daí o nome “branqueamento”.

O projeto é coordenado pelos professores Dr. Robson Santos e Ricardo J. Miranda da UFAL e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL) e CNPq e conta com a parceria do prof. Dr. Claudio Sampaio do Laboratório de Ictiologia e Conservação (LIC) e a profa. Dra. Taciana Kramer do Laboratório de Ecologia Bentônica (LEB). A iniciativa contribui para uma ação de monitoramento nacional do branqueamento liderado pelo Projeto Coral Vivo e apoiado pelo Ministério de Meio Ambiente do governo federal.