O que significa a expressão ‘selva’ utilizada em troca de mensagens entre Bolsonaro e Mauro Cid?
Relatório da Polícia Federal apontou que ex-presidente estava ciente que as joias seriam vendidas em leilões

O relatório final da Polícia Federal sobre o inquérito referente à venda ilegal de joias desviadas da Presidência da República revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de que os presentes seriam vendidos em leilões. Em conversa com o tenente-coronel Mauro Cid, Bolsonaro recebeu um link do leilão do kit rosé e em resposta, escreveu “Selva!”, um jargão militar usado como forma de cumprimento.
A saudação “Selva!” é tradicionalmente usada por militares do Exército Brasileiro, especialmente por aqueles que servem em unidades de operações na Amazônia. A origem do termo está ligada ao CIGS (Centro de Instrução de Guerra na Selva), localizado em Manaus (AM). O centro treina militares para operações na floresta amazônica, ensinando técnicas de sobrevivência e combate específicas para esse ambiente.
Nas redes sociais, o Exército Brasileiro explicou a origem do termo e informou que no início do funcionamento do CIGS, o centro não tinha fichas de viaturas, fazendo com que o militar responsável pelo portão das armas perguntasse o destino das viaturas que saíam do quartel. Quase sempre, recebia uma resposta apressada e lacônica: “Selva!” - era seu destino. “A resposta curta, tão repetida, fez-se saudação espontânea e vibrante, alastrou-se, expandiu o seu significado”, explicou.
Atualmente, o brado “Selva!” é amplamente difundido no meio militar como uma maneira de expressar determinação e compromisso com a missão e os companheiros de farda. Os apoiadores de Bolsonaro também utilizam a expressão com frequência. Durante os ataques à Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro, a expressão “Festa da Selma”, uma alusão à “Selva”, foi utilizada como código para coordenar os ataques na capital federal.
Bolsonaro acessou site de empresa de leilão
A Polícia Federal confirmou, por meio da perícia no celular do ex-presidente, que Bolsonaro acessou o site da empresa Fortuna Auction, responsável pelo leilão. Em 8 de fevereiro, dia do leilão, Cid avisou a Bolsonaro que “daqui a pouco é o kit” e enviou um link pelas redes sociais, provavelmente com a transmissão ao vivo do evento. A joia, contudo, não foi arrematada.
O tenente-coronel decidiu, no dia 13 de fevereiro, realizar mais uma tentativa de leilão. Em março, contudo, Cid informou à Fortuna Auction que não tinha mais interesse.
”Esta sequência apresentada: primeiro, o envio de link do leilão por Mauro Cid, segundo, o registro de acesso à página por meio de histórico e cookies por Jair Bolsonaro, em seu aparelho telefônico, e terceiro, a utilização da expressão ‘Selva’ reforçam a utilização deste jargão para confirmar a ciência, do ex-presidente, de que o kit ouro rosé fora exposto a leilão”, afirmou a PF.
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