Dólar fecha a R$ 5,61, maior nível em um mês, e Ibovespa tem queda, após fala de Lula
Moeda americana sobe 0,50% e Ibovespa fecha dia em queda de 0,28%, abaixo dos 130 mil, e recua 1,37% na semana
O real teve, de longe, o pior desempenho entre as principais divisas de mercados emergentes e exportadores de commodities nesta sexta-feira (11) e também na semana. A sinalização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de aumento de gastos, ao defender uma faixa de isenção mais ampla para o Imposto de Renda da Pessoa Física e a compra de aviões para uso do governo, deteriorou ainda mais o sentimento em relação ao quadro fiscal.
O dólar à vista fechou em alta de 0,50%, a R$ 5,6151, maior nível em um mês. Na semana, a elevação foi de 2,92%.
Já o Ibovespa ficou abaixo dos 130 mil pontos, convergindo para níveis do começo de agosto, há pouco mais de dois meses. Na semana, acumulou perda de 1,37%, após recuo de 0,71% no intervalo anterior. Nesta sexta, oscilou entre mínima de 129.337 68 e máxima de 130.353,99 pontos, correspondente à abertura.
No encerramento, marcava baixa de 0,28%, aos 129.992,29 pontos, com giro financeiro a R$ 17,9 bilhões. No mês, o Ibovespa recua 1,38% e, no ano, cede 3,12%. O nível de fechamento desta sexta-feira ficou um pouco acima do de quarta-feira (129.962,06) que havia sido o menor desde 8 de agosto.
A alta de quase 3% vista no câmbio nesta semana foi muito decorrente de ruídos fiscais, que justificam a performance pior do real em comparação a outras divisas de países emergentes e exportadores de commodities, segundo a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico.
Na abertura desta sexta-feira, o dólar até chegou a ceder frente ao real, em linha com o exterior e com o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos e o volume de serviços prestado do Brasil mais fracos na margem, mas o movimento não se sustentou.
O estresse no câmbio foi retomado quando, ainda pela manhã, o presidente Lula defendeu o aumento na taxa de isenção do Imposto de Renda de Pessoa Física para os que recebem até R$ 5 mil e prometeu mais isenções futuras.
”A maioria dos brasileiros está nessa faixa, então perderíamos muita tração de arrecadação. E a medida tende a ser inflacionária, porque quando falamos em qualquer diminuição de tributos, automaticamente colocamos menos dinheiro na mão do governo e mais dinheiro na mão da população, que tende a gastar mais e impulsionar a economia a ponto de gerar maior inflação”, avalia o head de alocação da W1 Capital, Victor Furtado.
Ele afirma que o governo tem a intenção de aumentar a arrecadação, seja pela regulamentação das bets, seja pela possibilidade de taxar os mais riscos. “Mas o mercado quer ver mesmo é corte de gastos: gastar menos e arrecadar mais”, pondera.
Neste contexto, a fala de Lula de que o governo brasileiro comprará um novo avião para a Presidência da República, também dita pela manhã, gerou ainda mais mal-estar.
Em entrevista exclusiva ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a Fitch inclusive afirmou que o país não está em um caminho claro para outra melhora no rating, tendo primeiro de colocar as contas no azul e em trajetória sustentável.
Para o fim de semana, o mercado monitorará com atenção a coletiva de imprensa do governo da China marcada para este sábado, em busca de potenciais novos estímulos que poderiam ajudar a elevar os preços das commodities e, consequentemente, dar maior suporte para o real.
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