Justiça

‘Espero que as pessoas que me tiraram o Anderson paguem pelo que fizeram’, diz viúva

Agatha Arnaus foi a quarta testemunha a prestar depoimento no Tribunal do Júri

Por R7 30/10/2024 21h09
‘Espero que as pessoas que me tiraram o Anderson paguem pelo que fizeram’, diz viúva
Viúva foi a quarta testemunha a prestar depoimento - Foto: Felipe Cavalcanti/TJRJ/30.10.2024

Viúva de Anderson Gomes, a advogada Ágatha Arnaus cobrou que os réus pela morte do motorista e da vereadora Marielle Franco sejam condenados pelo crime. Ela foi a quarta testemunha a ser ouvida pelo 4º Tribunal do Júri, no centro do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (30).

“Eu espero que as pessoas que me tiraram o Anderson, que tiraram o pai do Arthur, paguem pelo que fizeram. Eu não substituo o Anderson de forma alguma para o Arthur. Por mais que eu consiga demonstrar um pouco do que o Anderson representa para mim e para o meu filho, não vai chegar perto do que ele era de fato. Ele era irrepetível, alguém que não existe outro igual. O Arthur nunca vai ter algo tão bom quanto ele poderia se o Anderson estivesse aqui", desabafou.

Em seu depoimento, a viúva descreveu Anderson como uma pessoa dedicada e que sonhava em ser pai. O casal teve um filho em 2016, diagnosticado, ainda durante a gestação, com onfalocele. A condição rara provoca uma abertura da parede abdominal e requer cuidados especiais.

Desde então, o casal dividia a rotina entre os compromissos profissionais e os cuidados com o bebê. Para complementar a renda, Anderson trabalhou como motorista de aplicativo, período em que começou a prestar serviços para o Psol e Marielle. No dia da morte, o filho tinha apenas 1 ano e 8 meses.

“Durante o período em que rodava como motorista de aplicativo, ele ficava de manhã com o Arthur para eu ir trabalhar. Eu chegava do trabalho para ficar com Arthur, e ele ia dormir. Ele rodava à noite e de madrugada. Ele trabalhou muito durante muitas madrugadas".

Outra meta de vida do motorista era atuar como mecânico de aviação. De acordo com ela, na semana do atentado, ele participava do processo seletivo de uma companhia aérea.

Com a morte do marido, Ágatha teve que dividir a rotina entre o trabalho, levar o filho a consultas médicas e lutar por justiça.