Justiça

Supermercado alvo de operação contra fraudes fiscais já foi investigado pela PF em 2019

Estabelecimento fica no conjunto Eustáquio Gomes, localizado no bairro Cidade Universitária, em Maceió

Por Jamerson Soares 11/12/2024 16h04 - Atualizado em 11/12/2024 17h05
Supermercado alvo de operação contra fraudes fiscais já foi investigado pela PF em 2019
Supermercado foi alvo da Operação Circuito Fechado nesta quarta-feira (11) em Maceió - Foto: MP-AL

O supermercado que foi alvo de uma operação do Ministério Público de Alagoas (MP-AL) nesta quarta-feira (11) é o mesmo estabelecimento que foi investigado na Operação Camaleão, realizada pela Polícia Federal em 2019, no conjunto Eustáquio Gomes, localizado no bairro Cidade Universitária, parte alta de Maceió. 

À época, o empresário desse local estava sendo investigado por cometer crimes de sonegação fiscal, falsificação de documentos, formação de quadrilha, entre outros crimes, somando penas máximas que ultrapassam 19 anos de prisão. 

As diligências policiais começaram em 2015 e indicavam que o proprietário do supermercado estaria, há anos, colocando a empresa em nome de "laranjas", com o objetivo de sonegar impostos.

Durante as investigações, também foi constatado que a empresa já foi transferida para o nome de várias pessoas, inclusive de um morador de rua da cidade.

Os prejuízos dos crimes para os cofres públicos ultrapassaram R$ 10 milhões, segundo a polícia.

Operação Circuito Fechado

A Operação Circuito Fechado foi deflagrada nesta quarta com objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em falsificação de documentos utilizados em fraudes fiscais e societárias. A ação cumpriu um total de 14 mandados de busca e apreensão, sendo 12 referente às pessoas físicas e dois a pessoas jurídicas.

Os mandados foram cumpridos em um prédio de luxo e no supermercado. Não há informações se o proprietário alvo da Operação Circuito Fechado é o mesmo dono do supermercado que foi investigado em 2019. 

O grupo falsificava documentos e manipulava sociedades para obter vantagens ilícitas e enriquecer de forma indevida. A organização contava com a participação de contadores, advogados, empresários, "laranjas" e "testas de ferro", que são pessoas que se apresentam como representantes de outra pessoa, organização ou ideia, mas que não são as verdadeiras responsáveis por ela.

A denominação da operação foi escolhido em alusão à estratégia dos investigados: o principal alvo encerrava formalmente empresas e, em seguida, abria novas no mesmo local. Isso simulava o fim das atividades, mas, na prática, mantinha o esquema fraudulento em operação, como se fosse um circuito fechado.