Acidentes

Polícia Civil investiga naufrágio de jangada em Ponta Verde e aponta irregularidades

A investigação conta com o apoio de outros órgãos, como a Marinha e o Instituto do Meio Ambiente (IMA)

Por Lane Gois 27/12/2024 15h03
Polícia Civil investiga naufrágio de jangada em Ponta Verde e aponta irregularidades
A investigação conta com o apoio de outros órgãos, como a Marinha e o Instituto do Meio Ambiente (IMA) - Foto: Reprodução

A Polícia Civil de Alagoas iniciou as investigações sobre o naufrágio de uma jangada ocorrido na noite desta quinta-feira (26), em Ponta Verde, Maceió. A embarcação transportava 12 pessoas, todas da mesma família, quando ocorreu o acidente. A delegada responsável pelo caso, Lúcia Mônica, detalhou os primeiros passos da apuração e destacou as irregularidades já identificadas.

Segundo a delegada em entrevista a Rede Antena7, as investigações estão focadas em identificar os responsáveis pelo incidente, incluindo o condutor e o proprietário da jangada. “Já oficiamos o capitão de fragata e estamos aguardando as informações sobre a propriedade e operação da embarcação" afirmou.

Uma das principais linhas de investigação envolve o condutor da jangada, que teria abandonado os passageiros após o acidente. “Temos informações de que ele está foragido, o que configura omissão de socorro. Ele deixou todos à deriva e fugiu nadando. O caso pode ser enquadrado como lesão corporal grave, dependendo da evolução do estado de saúde da vítima hospitalizada”, explicou Lúcia Mônica.

As condições da embarcação também levantam sérias preocupações. Imagens e relatos iniciais indicam que o colete salva-vidas usado pelos passageiros era inadequado para o tipo de embarcação. Além disso, a estrutura da jangada estaria irregular, com partes feitas de garrafas PET em vez de isopor. “São várias as irregularidades que iremos apurar e incluir no relatório final”, destacou a delegada.

A investigação conta com o apoio de outros órgãos, como a Marinha e o Instituto do Meio Ambiente (IMA). A Marinha realizará um inquérito administrativo para fornecer subsídios à apuração criminal, enquanto o IMA deverá verificar se a área onde o naufrágio ocorreu é de preservação ambiental.

“Esperamos que esse caso sirva como alerta para regulamentar esses passeios. Não é aceitável que qualquer jangada opere sem controle, colocando vidas em risco. É necessário definir a quantidade de passageiros, o tipo de colete salva-vidas e garantir que a embarcação esteja em condições seguras”, reforçou Lúcia Mônica.

Apesar do susto, todos os passageiros foram resgatados com vida graças à atuação do Corpo de Bombeiros. A Polícia Civil seguirá ouvindo testemunhas e analisando os laudos técnicos para esclarecer as circunstâncias do acidente.

*Estagiário sob supervisão