Alagoas registra 17 resgates de trabalhadores em situação análoga à escravidão em 2024
Ano passado, o MTE, por meio da Inspeção do Trabalho, conduziu 1.035 fiscalizações em todo o Brasil
Em 2024, 17 pessoas em Alagoas foram resgatadas de condições de trabalho análogas à escravidão, durante ações fiscais realizadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Esta terça-feira (28) também marca o Dia Nacional do Combate ao Trabalho Escravo, uma importante oportunidade para refletir sobre o problema persistente em diversas regiões do país.
No ano passado, o MTE, por meio da Inspeção do Trabalho, conduziu 1.035 fiscalizações em todo o território nacional, que resultaram no resgate de 2.004 trabalhadores e trabalhadoras que estavam sendo submetidos a condições degradantes. Além de garantir a liberdade dos trabalhadores, o governo assegurou o pagamento de R$ 7.061.526,03 em verbas trabalhistas e rescisórias.
No total, 5.741 trabalhadores tiveram seus direitos verificados e protegidos, incluindo aqueles que não estavam em situação formal de escravidão, mas ainda assim eram vítimas de exploração.
As áreas de trabalho com maior número de resgates em 2024 foram a construção de edifícios, cultivo de café, cebola, horticultura, e serviços de preparo de terreno e colheita, destacando-se pela alta incidência de violações de direitos dos trabalhadores.
Relembre alguns casos
Em Alagoas, o resgate de trabalhadores em situações extremas também teve destaque. Em maio de 2024, trabalhadores alagoanos foram resgatados no Espírito Santo, após denúncias de condições precárias e análogas à escravidão. A ação envolveu a Polícia Federal e resultou na libertação de pessoas em situações semelhantes em duas fazendas.
Além disso, em fevereiro do mesmo ano, uma força-tarefa do Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou dois idosos que estavam em condições desumanas há mais de 30 anos. Um dos idosos, de 64 anos, foi encontrado em uma fazenda na zona rural de Murici, enquanto o outro, de 68 anos, estava em uma propriedade em Arapiraca. Ambos viviam em condições de total falta de higiene e conforto, recebendo entre R$ 40 e R$ 50 por semana. Um dos resgatados não possuía condições de falar nem ouvir.
30 anos de luta
O Brasil comemora em 2025 os 30 anos do reconhecimento oficial da escravidão contemporânea, que foi formalmente reconhecida em 1995. Desde então, o MTE resgatou 65.598 trabalhadores em 8.483 operações fiscais. Entre 2003 e 2024, mais de R$ 155 milhões em verbas trabalhistas foram pagos às vítimas dessa prática.