Morador denuncia mineradora por causar rachaduras e tremores em loteamento
Segundo Wanderson Almenara, de 42 anos, a casa onde ele e a família mora é recém-construída e apresenta 22 rachaduras
O empresário carioca Wanderson Almenara, de 42 anos, denunciou nas redes sociais que a estrutura de diversas casas do Loteamento Paraíso do Sul, na cidade alagoana de Feliz Deserto, incluindo a da família dele, foram afetadas pela atuação de uma empresa de mineração no local. Segundo ele, a mineração de areia, feita em uma área localizada a aproximadamente 50 metros do loteamento, tem causado tremores no solo e provocado rachaduras em pelo menos 7 a 20 residências no condomínio.
A casa onde Wanderson mora é recém-construída e apresenta 22 rachaduras. Ele veio morar em Alagoas junto com os pais porque sua mãe é natural do estado.
Wanderson também alega que a empresa responsável pela extração de areia é a Geomineração, que atua na região desde junho de 2024, após ser proibida pelo Ministério Público Federal (MPF) de operar em Marechal Deodoro.
"É chocante ver a ausência das autoridades, isso me toca. Esse tremor do chão precisa ser estudado. A gente conseguiu materializar o tremor do chão, mostrei tudo. Essas rachaduras só apareceriam daqui a alguns anos e só se deu por conta dos tremores provocados pela mineração. As rachaduras se anteciparam", disse o empresário.
Ele contou que já havia constatado os tremores há cerca de 40 dias, quando adquiriu a residência menor. Os vizinhos informaram que os tremores são registrados desde dezembro do ano passado.
A reportagem entrou em contato com o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL) para saber se a empresa tem autorização para atuar no local e se há a possibilidade de resolver a situação, e aguarda retorno.
Por meio de nota, a Geomineração informou que as alegações associando suas atividades a supostos danos ambientais e estruturais em imóveis da região são infundadas. A empresa também já ajuizou uma ação judicial para produção de prova pericial, a fim de demonstrar que não há relação entre suas atividades e as rachaduras em residências, e não há qualquer dano ambiental decorrente da extração mineral realizada na região.
"A empresa reforça seu compromisso com a comunidade local, esclarecendo que a utilização do rolo compactador ocorreu apenas em 13 de janeiro de 2025 e, diante da preocupação manifestada por moradores, foi imediatamente interrompida. Ressalta-se que essa decisão foi tomada por respeito à população, sem qualquer implicação técnica”, disse a empresa
A empresa também informou que as atividades da Geomineração são regularmente fiscalizadas por órgãos como a Agência Nacional de Mineração (ANM), IBAMA e CREA, sem que tenha sido constatada qualquer irregularidade.
“A exploração mineral ocorre em propriedade particular, com todas as autorizações necessárias, conforme evidenciado pelas licenças afixadas na entrada do empreendimento. Sobre as rachaduras observadas em algumas residências, a empresa destaca que tais danos estruturais são anteriores ao início de suas atividades na região. Estudos técnicos indicam que a causa principal está na má qualidade das construções, incluindo o uso inadequado de materiais, como seixo de quartzo em substituição à brita, o que reduz a resistência do concreto em até 40%. Além disso, o solo arenoso da região, sem compactação adequada, contribui para a instabilidade das edificações”, concluiu.
Nota
O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) informa que a Licença Ambiental concedida a empresa que atua no sítio Canduípe, zona rural de Feliz Deserto não prevê o uso de explosivos ou quaisquer atividades que possam comprometer a estrutura de imóveis próximos à área de extração.
Diante da situação apontada, os responsáveis pela empresa serão convocados a prestar os devidos esclarecimentos, a fim de garantir que todas as condições legais e ambientais sejam rigorosamente cumpridas.
O IMA acrescenta, ainda, que a legislação ambiental exige que ao término da atividade as empresas apresentem e executem um Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD), conforme o projeto aprovado antes do início da extração.
Caso a população tenha conhecimento de irregularidades ou atividades suspeitas, o IMA/AL orienta que seja feita uma denúncia por meio do aplicativo IMA Denuncie, disponível para sistemas Android e iOS.
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