Justiça

Assassino que se gabava por estar solto é condenado a 28 anos de prisão

Crime ocorrido em 2008 foi praticado com requintes de crueldade e sem chances de defesa da vítima

Por Wanessa Santos 14/02/2025 11h11 - Atualizado em 14/02/2025 12h12
Assassino que se gabava por estar solto é condenado a 28 anos de prisão
Promotora de Justiça, Adilza Freitas, esteve à frente das acusações - Foto: Assessoria

Após 17 anos, a justiça condenou Alex Marques Lima dos Santos, autor da morte de Adriano Araújo dos Santos, a uma pena de 28 anos de prisão a ser cumprida, inicialmente, em regime fechado. O acusado, que estava em liberdade enquanto o julgamento não ocorria, se gabava para familiares da vítima por estar livre e afirmava que jamais seria preso. A sentença foi proferida nessa quinta-feira (13).

De acordo com o Ministério Público, as provas contra Alex Marques Lima eram incontestáveis. O Conselho de Sentença acatou as qualificadoras sustentadas de crime por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Adriano foi morto em uma emboscada, no ano de 2008, quando um grupo que já estaria em uma tocaia para mata-lo, em uma rua no bairro Jacintinho, o agrediu com socos, pauladas e golpes de facão e machado. Em seguida, Alex Marques Lima foi até onde a vítima estava caída após a sessão de espancamento e, ao notar que Adriano ainda estaria vivo, atirou três vezes na cabeça do rapaz.

Com provas incontestáveis, o Ministério Público de Alagoas (MPAL) foi convincente na acusação, tendo à frente a promotora de Justiça Adilza Freitas, e levou Alex Marques Lima dos Santos a uma condenação de 28 anos de prisão.

Para o MPAL, o crime foi cometido à traição, com alto índice de crueldade, na frente do filho da vítima de apenas sete anos, e nas proximidades da casa de uma tia, para onde a vítima teria ido no intuito de pegar um tênis emprestado, pois começaria em um novo trabalho no dia seguinte.

Consta nos autos que Alex Marques Lima dos Santos era pessoa temida por familiares da vítima e que, em todos esses anos, quase duas décadas, costumava circular onde eles residem debochando por estar livre. Ele dizia, ainda, que se fosse denunciado mataria todos, inclusive as crianças. À época, além do filho de sete anos, Adriano tinha um filho recém-nascido.

O crime


Concluídas as investigações e com informações reforçadas em depoimentos de testemunhas, principalmente familiares da vítima, a motivação do crime bárbaro teria sido um desentendimento entre Adriano Araújo dos Santos e o avô do criminoso, conhecido como “tonho do pó”. Pelo modus operandi é perceptível que o homicídio foi minunciosamente planejado com requintes de crueldade.

Adriano tinha ido visitar os familiares com o filho e, por volta das 21h46 , ao passar pela Rua Jaime Fragoso, no bairro do Jacintinho, em Maceió, foi emboscado. Uma prima da vítima presenciou as agressões e percebendo a fuga dos agressores correu para tentar socorrê-la acionando o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Porém, insatisfeito, Alex Marques voltou e garantiu a execução com o uso de uma arma de fogo.