Número de pesquisadores em Alagoas cresce 291% em 8 anos
É o que aponta o Censo do CNPq, que revela ainda elevação de 356% na quantidade de pessoas com doutorado no estado
Neste sábado, 15 de fevereiro, Alagoas comemora pela segunda vez, o Dia Estadual do Pesquisador Científico. E há motivo o suficiente para justificar a comemoração, de acordo com os dados do censo mais recente feito pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Entre 2014 e 2016, o número de pesquisadores ligados a grupos de pesquisa oficiais nas instituições de ensino superior no estado subiu de 2.291 para 2.743, ou seja, 452 a mais em 2 anos, num crescimento de aproximadamente 20%. Já entre 2016 e 2023 o salto foi de 2.743 para 10.736, impressionantes 291%, contando-se 7.993 pesquisadores a mais, em seis anos. A média de crescimento nacional entre 2016 e 2020 foi de 24%.
Quanto a pessoas com doutorado, o estado possuía 1.364 em 2014, 1.631 em 2016 e 7.444 em 2023. O crescimento no último extrato é de 356%.
Decisão política
O professor Fábio Guedes, que preside a Fapeal desde janeiro de 2015, comenta o resultado. “As políticas públicas de CT&I de Alagoas têm se destacado na última década”, disse.
Ele afirma que o avanço é resultado de uma decisão política no nível governamental, aliada a planejamento estratégico, à garantia de recursos financeiros, a um ambiente institucional favorável e à atuação de equipes altamente qualificadas, tanto na Fapeal quanto na Secti.
“O governador Paulo Dantas tem dado prioridade à área e se mostra plenamente satisfeito com os resultados alcançados em seu governo no campo da ciência, tecnologia e inovação. Por esses motivos, acreditamos que investir nessas áreas é um caminho sem volta. Então, parabéns aos pesquisadores e pesquisadoras por saberem explorar tão bem o momento que Alagoas passa”, comemorou o gestor.
A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) contava com 352 grupos de pesquisa registrados no CNPq em 2024. Em 2023, o número havia subido para 428, refletindo o apoio aos programas de pós-graduação no estado, públicos e privados, compostos por cursos de mestrado e doutorado.
Os resultados são ainda mais significativos quando se fala nas universidades estaduais. A Uneal saiu de 29 grupos de pesquisa em 2014 para 89 em 2023. Enquanto isso, a Uncisal evoluiu de 12 para 34 grupos de pesquisa oficiais, no mesmo período.
Ao todo, o número de grupos de pesquisa no Ensino Superior Público Estadual em Alagoas evoluiu de 41 para 183.
Impacto
O fortalecimento da ciência em Alagoas tem um impacto visível inclusive no mundo dos negócios e empreendedorismo. O estado teve o melhor desempenho do Nordeste quanto ao investimento para inovação, passando da última posição do país em 2014 para o 21º lugar em 2024, de acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
“Com o crescimento expressivo do número de pesquisadores e doutores, nosso estado passou a gerar mais inovação, impulsionando empresas e startups”, observa a coordenadora científica de projetos especiais e inovação da Fapeal, Juliana Khalili.
Ela avalia que investimento do governo estadual, por meio da Fapeal e da Secti, tem sido fundamental para essa evolução, viabilizando programas estratégicos que incentivam a pesquisa aplicada e o desenvolvimento tecnológico.
“Startups e pequenas empresas inovadoras estão sendo diretamente beneficiadas, fortalecendo um ecossistema empreendedor cada vez mais dinâmico e competitivo. O que antes era apenas teoria, agora se transforma em produtos, serviços e crescimento econômico real”, disse Juliana.
“Estamos construindo um ambiente onde ciência e negócios caminham lado a lado, impulsionando o desenvolvimento econômico e social do estado. O conhecimento está gerando impacto. E, se continuarmos investindo na ciência, Alagoas não será apenas um estado inovador – poderá se firmar como um polo de referência para todo o país", acrescentou.
Mudança de cultura
O número total de instituições que possuem grupos de pesquisa listados no diretório do CNPq, em Alagoas, subiu de 8 em 2014 para 34 em 2023, passando a incluir também os setores governamentais estadual (7) e federal (4), os setores empresariais públicos federais (3), estadual (1) e outras instituições privadas sem fins lucrativos (1).
Em 2016 não havia nenhum grupo de pesquisa registrado no Setor Governamental Público Estadual. O aumento para 7 tem a ver com ações intencionais da Fapeal no sentido de induzir a academia a pensar, também, soluções para o executivo estadual.
A Fapeal é órgão vinculado à Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Secti). Em 2023, o governador Paulo Dantas destinou R$ 200 milhões de investimentos para a área. Até setembro de 2024, mais de R$ 61,5 milhões já tinham sido direcionados a ações públicas da Secti e Fapeal.
Os dados do CNPq, para filtragem por região e estado estão disponíveis neste link.

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