Hospital Metropolitano de Alagoas se torna referência em cirurgia de mão e punho
Denominado de artrodese, procedimento é destinado a aliviar a dor, melhorar a função e gerar qualidade de vida

Três horas de cirurgia. A paciente Luciele Lima da Silva, de 33 anos, foi submetida à intervenção no punho, chamada artrodese, feita para aliviar a dor, melhorar a função e dar qualidade de vida. O procedimento ficou sob os cuidados dos cirurgiões de mão Niceas Gusmão e Givaldo Trindade.
“Ela fraturou o osso chamado escafóide. Houve degeneração, uma artrose secundária. O osso não colou”, disse Nicéas. “Isso fez um desgaste drástico. Retiramos o osso que não se consolidou e fizemos uma fusão limitada no punho para manter movimento e função”, acrescentou Givaldo.
Esse tipo de cirurgia de Luciele, ocorrida na manhã desta terça-feira (18), é ofertado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), através do Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), em Maceió, que já realizou 27 destas operações ortopédicas de mão e punho no primeiro bimestre deste ano. E entre as principais intervenções estão as realizadas em fratura, túnel do carpo, tenólise e neuropatia compressiva de mediano.
Além disso, de janeiro de 2024 a fevereiro deste ano, a unidade hospitalar já fez 1.813 atendimentos ambulatoriais em ortopedia relacionada à mão.
E assim como Nicéas e Givaldo, a unidade hospitalar possui outros especialistas em cirurgia de mão, que desempenham um papel fundamental na restauração da função e na redução da dor em pacientes com lesões traumáticas, deformidades congênitas, doenças degenerativas, condições inflamatórias, tumores e outras patologias.

Cirurgia evita degeneração de punho e regenera movimentos
Moradora do Conjunto Armando Lyra, em São José da Laje, Luciele foi transferida para o HMA depois de ter tido a constatação, após exames médicos, de que havia quebrado o punho direito, após uma queda que teria sofrido há anos.
“Eu caí no trabalho e só ouvi um estalo. Não lembro quando, mas faz tempo, anos. Eu não me preocupei muito, apesar de ter sentido um incômodo e uma leve dor”, disse.
Para reparar o punho lesionado e o tempo de desgaste, os cirurgiões de mão Nicéas e Givaldo realizaram um trabalho cuidadoso, com cada parte que compõe a anatomia da região, até chegar ao osso quebrado.
Cada movimento é feito com precisão. Pele, músculo, tendões, ligamentos, nervos e vasos sanguíneos, tudo tem sua característica peculiar e precisa de mãos cuidadosas para que a cirurgia alcance a cura.
Durante três horas, os dois especialistas reverteram o quadro clínico de Luciele. Os especialistas corrigiram a lesão que, consequentemente, vai eliminar a dor, e garantirá nova percepção de vida com a realização dos movimentos da mão direita sem sofrimento e limitações.

“Estou muito satisfeita com essa cirurgia, que não esperava tanto cuidado e zelo. Você vê o amor e dedicação pelo tempo que ficaram comigo, fazendo a cirurgia”, disse Luciele, na sala de repouso após a intervenção.
Sete mil cirurgias
Com 54 anos de idade e três décadas dedicadas à área de cirurgia de mão, Nicéas disse que já realizou aproximadamente sete mil cirurgias de mão.
“Destas cirurgias, o que me marcou foi a de Maura de Oliveira, que chegou aqui no Metropolitano com um tumor na mão esquerda, e pedia chorando para salvar a vida dela. A cirurgia durou seis horas. No final, falei para ela que havia salvado a vida dela e também a mão, porque tinham dito a ela que a solução seria a amputação. E com muito cuidado, conseguimos extirpar o tumor e preservar a mão direita da paciente”, contou.
Nicolas destacou a importância do cirurgião de mão, que precisa ter conhecimento técnico de outras especialidades para realizar o procedimento cirúrgico.
“O cirurgião de mão tem as capacidades de um ortopedista, de um cirurgião muscular, de um neurologista, por conta dos nervos periféricos; de um cirurgião plástico, por conta das coberturas cutâneas; de um infectologista, e um pouco de clínico”, disse.
O especialista contou que há cirurgias que duram 15 minutos e outras que podem chegar a 17 horas. “Cirurgias pequenas como o túnel do carpo dedo em gatilho, retirada de sinal, etc., podem durar 15 minutos. Outras duram 17 horas, como reimplante de mão, que você fica um dia inteiro para fazer a conexão das partes óssea, muscular, vascular, neurológica, de pele, de tecido celular subcutâneo. Tem que deixar a mão de um jeito que sobreviva e tenha função no pós-operatório”, disse.
Estrutura complexa e delicada
Com 57 anos de idade, Givaldo atua na cirurgia de mão há 25 anos. “Já completei o jubileu de prata na área de cirurgia de mão, que é uma especialidade que tem características da prata, que tem o poder de regeneração”, disse.
Para ilustrar a comparação que fez da especialidade com o metal precioso, o especialista citou o do caso de Maura de Oliveira, contado por Niceias, onde eles evitaram a amputação da mão da paciente.
“Ela chegou aqui em desespero. A solução que deram em outros locais de atendimento foi a amputação. A amputação resolve o problema da doença em si, mas resulta numa limitação funcional para o resto da vida. Aquele paciente vai ser um paciente realmente com dificuldades no dia de hoje. E aqui foi feita uma cirurgia que removeu o tumor e as estruturas restantes foram reparadas para que a mão continuasse a ter uma função. Sua vida funcional, de trabalho e de lazer foram preservadas”, disse.
Givaldo ressaltou a importância do cirurgião de mão, uma vez que o órgão tem estruturas pequenas e extremamente delicadas.
“Existem estruturas como os tendões que são usados para movimentar. Estruturas como os nervos digitais, utilizados para termos sensibilidade. Estruturas como os pequenos músculos da mão que são utilizados para a gente realizar os movimentos e ter força são estruturas que apesar do tamanho diminuto e da flexibilidade, trabalham em sincronismo para dar todos os movimentos e todas as habilidades que a gente tem na mão”, destacou.
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