Educação

Estudantes da rede estadual se destacam na Olimpíada Nacional de História

Equipe da Escola Estadual Edmilson Pontes se destaca, conquistando medalhas e bolsas de pesquisa

Por 7Segundos, com Assessoria 20/05/2025 16h04
Estudantes da rede estadual se destacam na Olimpíada Nacional de História
Equipe conseguiu excelente resultado para o estado - Foto: Assessoria

O empenho dos alunos da Escola Estadual Professor Edmilson Vasconcelos Pontes, localizada no bairro Farol, em Maceió, rendeu-lhes reconhecimento nacional. Desde 2023, sob orientação da professora Vanieire Oliveira, a instituição participa da Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) e vem obtendo resultados cada vez mais expressivos.

“Começamos participando da versão aberta, pois a Olimpíada ainda não era gratuita para escolas públicas”, explica Vanieire. “Mas, em 2023, com a gratuidade, conseguimos ampliar as inscrições e nosso desempenho cresceu muito. Das 14 equipes alagoanas que chegaram às fases finais no ano passado, 10 eram da nossa escola”, comemora a professora.

Em 2024, os estudantes conquistaram quatro medalhas de ouro, duas de prata, uma de bronze e duas medalhas de cristal. O desempenho chamou a atenção do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que concedeu bolsas de pesquisa aos alunos de uma das equipes.

“Eles estão desenvolvendo uma pesquisa sobre o período da ditadura civil-militar em Alagoas, com leitura bibliográfica e preparação para análise de fontes históricas”, relata Vanieire.

Alunos destaques



Um dos destaques é Vynicios Ezeckel, de 14 anos, que participa desde a primeira edição com presença da escola. “A ONHB não é difícil. Ela ajuda os alunos a se destacarem. Já vi muita gente desistir, mas quem continua aprende muito. Quero participar enquanto eu puder”, revela.

Ana Sophie, também com 14 anos, é veterana e comemora os frutos da dedicação. “No começo, eu nem sabia que existia uma Olimpíada de História. Desde que a professora Vanieire apresentou, nunca mais parei. Essa competição abre portas e mostra que a gente pode ir longe”, afirma.

Para Jaysllan Rafael, de 15 anos, que teve o primeiro contato com a ONHB no ano passado, a experiência foi transformadora. “Melhorei minha fala, meu vocabulário e aprendi a trabalhar em grupo. A ONHB nos ajuda a descobrir talentos que nem sabíamos que tínhamos”, conta.

O apoio dos professores é apontado pelos estudantes como um dos pilares do sucesso. “As Olimpíadas ajudam a desenvolver o senso crítico e o raciocínio lógico. É muito bom ter professores que acreditam na gente”, diz Ana Sophie. Jaysllan complementa: “Todo mundo às vezes reclama que a professora é exigente, mas ela vê um potencial que nem a gente enxerga”. Vynicios também reconhece: “Ela quer que a gente vá além e descubra do que é capaz. Estamos aqui por causa do incentivo dela”.

Responsável pelas inscrições e orientação dos grupos, Vanieire reforça o papel ativo dos docentes. “Não basta inscrever os alunos. É preciso acompanhá-los em cada etapa. O professor tem que se enxergar como parte da equipe. Ou trabalhamos juntos, ou não chegamos a lugar nenhum”, declara.

Segundo Vanieire, a Olimpíada influencia diretamente o desempenho acadêmico. “Eles passaram a fazer conexões entre os temas da ONHB e os conteúdos das aulas e provas. Ganhamos muito mais do que medalhas: ganhamos aprendizado, espírito de equipe e amadurecimento”, conclui.

Neste ano, a escola segue firme na disputa: das 20 equipes inscritas, 17 já chegaram à terceira fase. “Isso mostra o engajamento dos nossos alunos e a consistência do nosso trabalho”, afirma Vanieire. A expectativa é alcançar a grande final, que acontecerá presencialmente na Unicamp, em Campinas (SP). Enquanto a final não chega, os estudantes seguem pesquisando, debatendo e aprendendo — juntos e motivados.

Olimpíada Nacional de História do Brasil


A 17ª edição da Olimpíada Nacional em História do Brasil começou em 5 de maio e está mobilizando milhares de estudantes e professores em todo o país. Em Alagoas, mais de 760 equipes se inscreveram. A competição é composta por seis fases semanais e realizada em formato online, com questões de múltipla escolha e desafios que exigem análise crítica, interpretação de fontes e trabalho colaborativo.

A ONHB é organizada pelo Departamento de História da Unicamp, com apoio do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE), da Associação Nacional de História (Anpuh) e do CNPq. A proposta vai além da abordagem tradicional dos conteúdos escolares e abrange temas interdisciplinares como geografia, literatura, arqueologia, patrimônio cultural, urbanismo e atualidades — ampliando o repertório dos alunos e promovendo discussões que muitas vezes não fazem parte dos livros didáticos.

Olimpíada de História de Alagoas


A Rede Estadual de Ensino também possui a sua olimpíada, voltada para a história de Alagoas. A Olimpíada de História de Alagoas (OLHAL) tem como proposta estimular o estudo da história afroindígena alagoana e preparar os estudantes para avaliações externas.

Em 2025, a quinta edição da OLHAL foi realizada em três etapas e contou com a participação de 398 equipes e 1.194 estudantes de 167 escolas. A terceira e última fase aconteceu em dezembro, durante o Encontro Estudantil, e teve 13 equipes participantes, cada uma representando uma Gerência Especial de Educação (GEE).


Na ocasião, a Escola Estadual Rocha Cavalcanti, de União dos Palmares, foi a vencedora da quinta edição da OLHAL, sendo seguida pelas escolas estaduais Indígena Mata da Cafurna, de Palmeira dos Índios, em 2º lugar, e Julieta Ramos Pereira, de Paripueira, em 3º lugar.