Tarifaço dos EUA: Empresários criticam falta de avanço após reunião com governo
Setores de pescados e madeira temem colapso com seguimento da tensão comercial

O superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), Paulo Roberto Pupo, afirmou nesta segunda (20) que, após participar de reunião interministerial no governo, saiu com a “sensação de recado passado”, mas lamenta que, desde então, houve pouca evolução nos diálogos com os Estados Unidos. Ele alerta que “a cada dia esse cronômetro fica ainda mais vermelho” enquanto produtores aguardam medidas.
A preocupação cresce desde o anúncio de uma tarifa de importação de 50% para produtos brasileiros, com vigência prevista a partir de 1º de agosto. O grupo de ministros, formado pelo vice-presidente e o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, buscou pautar o diálogo com setores produtivos, mas, segundo Pupo, "falaram, mas não avançaram" em respostas concretas.
Ele questionou durante a reunião: "Como fazemos se chegarmos ao dia 1º sem acordo?" — resposta que ainda não foi apresentada. Pupo destaca que as relações diplomáticas se deterioraram após declarações políticas.
Dois importantes entraves foram identificados: a dificuldade de interlocução direta com autoridades nos EUA e o atrito político entre os governos brasileiro e norte-americano.
Para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), Eduardo Lobo, é urgente priorizar soluções técnicas em vez de ideológicas. Ele anunciou que enviará uma carta ao presidente pedindo uma linha de crédito de até R$ 900 milhões para manter a saúde operacional do setor.
Lobo destaca que a equipe do vice-presidente foi bem recebida, mas não houve avanço na postergação da tarifa. Segundo ele, a medida daria “fôlego diplomático” aos negociadores e evitaria o desespero logístico dos exportadores.
Ele ressalta ainda que, com aproximadamente 70% dos pescados destinados aos EUA, muitos mercados, como o europeu (embargado desde 2017), não aceitam mais produtos brasileiros. "Economicamente e logisticamente, readequar certificações para outros destinos não se faz da noite para o dia", afirma.
Pupo reforça que, após o anúncio da tarifa, empresas madeireiras já iniciaram férias coletivas e estudam demissões para sobreviver sem as vendas aos EUA. "Estamos reféns dessa negociação", ele lamenta, pedindo esforços baseados em argumentos técnicos e na complementaridade entre as cadeias produtivas dos dois países.
Segundo os representantes setoriais, os próximos dias serão decisivos: sem medidas urgentes, setores inteiros podem parar.
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