Fechamento do Matadouro de Porto Calvo gera prejuízo de mais de R$ 100 mil
Mais de 300 pessoas prometem fazer um grande protesto na terça-feira no Fórum da cidade

A determinação judicial que fechou o Matadouro de Porto Calvo, na região Norte de Alagoas, vem causando um prejuízo enorme para os empresários e trabalhadores que dependem do prédio público na histórica cidade. Os empresários calculam que o setor já acumula um prejuízo que já ultrapassa R$ 100 mil reais desde o fechamento no último dia 5 de junho. Mais de 300 pessoas prometem fazer um grande protesto na terça-feira (19).
Segundo os empresários, mais de 200 famílias dependem diretamente do funcionamento do Matadouro de Porto Calvo para sobreviver. São marchantes, empresários e fateiras (atividade que consiste em fazer o tratamento e limpeza de vísceras ocas ou intestinos [fatos] dos animais abatidos). Muitas pessoas estão passando necessidades e não conseguem outra atividade para sobreviver.
Os empresários, açogueiros, marchantes e fateiras pretendem reunir mais de 300 pessoas de toda a região Norte em um protesto agendado para a próxima terça-feira, às 8h da manhã no Fórum Domingos Fernandes Calabar. Eles querem que a justiça faça um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para reabrir o Matadouro de Porto Calvo durante três meses enquanto o governo municipal se adequa as novas exigências do novo relatório da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal).
Com o fechamento do Matadouro de Porto Calvo, já começou a faltar carnes bovinas nos frigoríficos, supermercados e mercados públicos na região Norte de Alagoas. O preço da carne já teve aumento e o consumidor já sentiu no bolso o acréscimo. No Mercado Público de Porto Calvo, nesta sexta-feira (15) cerca de 20 tarimbas de carne estão vazias, sem nenhum produto, e a cena se repete em várias cidades da região.
O Matadouro Público abate diversos animais (maioria gado) e o prédio atende 11 municípios da região Norte de Alagoas: Porto Calvo, Maragogi, Japaratinga, Porto de Pedras, São Miguel dos Milagres, Passo de Camaragibe, Barra de Santo Antônio, Paripueira, São Luís do Quitunde, Matriz de Camaragibe e Jacuípe. Segundo os empresários, o prejuízo é sem tamanho e vem prejudicando toda a cadeia econômica da região.
Famílias em dificuldades
A fateira Amara Maria da Cruz de Lima, de 61 anos, vem sofrendo bastante com a situação. “Criei meus cinco filhos nesse negócio e hoje a situação está muito difícil com o fechamento do matadouro. Nunca passei por uma situação dessa. Hoje eu não tenho nenhum fato para vender. Está muito difícil de ganhar o pão de cada desse jeito. A nossa situação é triste”, contou.
Joelma Maria de Lima, de 50 anos, também é fateira e vem sofrendo na pele as consequências. “Hoje estou sem vender por causa do fechamento do matadouro. A situação é terrível. Dependemos disso para sobreviver. Tenho quatro filhos para criar e dependemos disso. Não sei o que fazer com o matadouro fechado”, disse. A situação mais critica economicamente é a das fateiras, muitas pessoas que sobrevivem do negócio estão passando necessidades.
O marchante José Aldinan dos Santos Silva, de 52 anos, vende no mercado de Porto Calvo há mais de 30 anos, e está tendo um gasto excessivo para abater o gado em Colônia Leopoldina. “Está cada vez mais difícil, não só para mim, mas para todos que dependem disso. A cada boi abatido em Colônia Leopoldina, gasto R$ 250,00 a mais de que eu gastava no Matadouro de Porto Calvo”, comparou.
O fechamento
A justiça determinou o fechamento imediato do Matadouro de Porto Calvo a pedido da Promotoria de Justiça com base no relatório da Adeal de 28 de julho de 2017. O prédio passou por uma ampla reforma esse ano e no local eram abatidos animais de 11 municípios. Os abates estão sendo feitos em Colônia Leopoldina e muitos marchantes estão abatendo de forma irregular em abatedouros clandestinos.
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