Moradores do conjunto Deda Paes, em Maragogi, afirmam que irão formalizar denúncia junto à Corregedoria da Polícia Militar e a Comissão de Direitos Humanos da OAB, contra militares do Pelotão de Operações Policiais (Pelopes), por ação truculenta durante abordagem realizada na manhã do domingo (19).

De acordo com moradores da comunidade, também conhecida como “Risca Faca”, três jovens estavam jogando dominó quando os policiais chegaram. Segundo uma mulher identificada apenas como Luane, os militares trancaram as pessoas em um depósito de gás e as agrediram.

Ainda segundo Luane, uma das três vítimas sofre de epilepsia. Luane afirmou que os PMs quebram uma tábua  de madeira em um dos jovens. A moradora da comunidade disse também que uma mulher tentou intervir e acabou sendo empurrada pelos policiais.

O dono do estabelecimento onde ocorreu a ação, identificado apenas como Cabo do Gás, relatou que os policiais agiram de forma violenta. “Derrubaram tudo, quebraram botijão de gás e ainda deixaram uma menina nua em plena luz do dia. Já procuramos a Corregedoria e vamos denunciar aos Direitos Humanos”, informou. Em vídeo o comerciante também relata que os policiais levaram dinheiro de sua carteira.

Os moradores do Deda Paes possuem uma página oficial no Facebook e denunciaram o caso em uma postagem.

Confira na íntegra:

Repudiamos, publicamente, o abuso de autoridade praticado por policiais militares na manhã deste domingo, 19, na nossa comunidade. Entendemos a necessidade de ações policiais EM TODOS OS LUGARES DO MUNDO, MAS DESCARTAMOS TODA FORMA DE ABUSO DE PODER. Torna-se arbitrária quando se desrespeita o ser humano.

O 7Segundos procurou a PM de Maragogi que contou outra versão sobre o ocorrido. De acordo a Polícia Militar, os policiais informaram que faziam rondas no Deda Paes, na região do Alto dos Sonhos, quando ouviram disparos de arma de fogo. Os militares relatam aida que avistaram três suspeitos logo em seguida, um deles estaria - na versão da polícia - com uma faca na mão. Embora os militares estivessem procurando alguém com um revólver, a PM os considerou suspeitos.

É ainda da polícia a informação de que algumas mulheres se aproximaram e causaram tumulto, resultando na fuga dos suspeitos. Novas buscas foram realizadas pelo Pelopes, sem êxito.

Outros casos

No dia 09 de agosto, também policiais do Pelopes, se envolveram em outra confusão com a população durante uma abordagem policial e os PMs efetuaram um disparo com bala de borracha na direção de um homem supostamente alterado que testemunhou a abordagem policial feita ao seu filho. A PM alega que o homem chegou ao local alterado que o disparo foi necessário para conter o acusado.

No último dia 5 de agosto, em São Luís do Quitunde, quando um homem morreu ao cair de uma ponte na cidade, houve uma manifestação de populares e um policial acabou atirando na perna de um homem. O Ministério Público Estadual (MPE) abriu um inquérito para investigar o caso.

O comando do 6º Batalhão da Polícia Militar (6º BPM) enviou uma nota sobre o ocorrido no Deda Paes.

Confira na íntegra:

*Nota de Esclarecimento *

O Comandante do 6*BPM, Major Palmeira, em virtude das últimas notícias veiculadas na mídia local e em grupos de WhatsApp, vem esclarecer que não coaduna com qualquer tipo de abuso de autoridade, nem com desvios de conduta, porém antes de qualquer julgamento precipitado, devemos primar pelo princípio da imparcialidade, dando aos policiais o mesmo direito que é dado a todos os cidadãos: o direito da ampla defesa e do contraditório.

Veja aqui o vídeo: