Cortes de produção da Vale devem impactar o PIB em 10%
Destaca que “a produção nessas localidades só será retomada quando a segurança das estruturas estiver assegurada”

O corte estimado pela Vale de 92,8 milhões de toneladas de minério – 23% da produção do País – deve gerar um impacto de 0,2 ponto porcentual no PIB nacional em 2019. Ou seja, considerando a média das estimativas para o avanço da economia este ano, que é quase 2%, 10% do crescimento deve se perder devido ao desastre de Brumadinho.
Em Minas Gerais, a perspectiva é ainda pior. Segundo a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), além das 850 mil vagas que podem ser fechadas, a estimativa é que o PIB do estado só avance 0,8% neste ano – menos de um quarto da projeção anterior, de 3,3%. “Temos de aprender com os fatos (de Brumadinho e Mariana), mas os efeitos na economia são perversos”, disse o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe.
Procurada, a Vale diz que a estimativa de corte de 92,8 milhões de toneladas para o ano segue válida. Destaca que “a produção nessas localidades só será retomada quando a segurança das estruturas estiver assegurada”.
Enquanto para Minas a saída do buraco financeiro depende da retomada da produção da Vale, a compensação para o Brasil pode vir de outra fonte, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A Petrobrás anunciou que pretende elevar a produção de petróleo em 10% em 2019. Caso a previsão se confirme, diz a pesquisadora Luana Miranda, do Ibre/FGV, metade do efeito negativo no PIB seria eliminado, reduzindo a perda para 0,1 ponto porcentual, ou 5% do avanço estimado para 2019.
Em Mariana, devido a gravidade da situação, a prefeitura declarou, no fim de março, calamidade financeira. O desemprego na cidade chegou a 19%. A Vale comprometeu-se a a investir R$ 100 milhões para compensar o impacto que a paralisação das minas teria na arrecadação dos municípios mineradores, além de manter os empregos que gera atualmente.
Embora essa compensação para a perda de arrecadação resolva a questão de curto prazo, a Amig, associação dos municípios mineradores, diz que a ordem econômica só se restabelecerá com a retomada da produção. “Nas minas Timbopeba (Ouro Preto), Alegria (Mariana) e Brucutu (São Gonçalo do Rio Abaixo), a questão pode ser resolvida até o meio do ano”, diz Waldir Salvador, consultor da Amig.
Como não há previsão de retomada das operações, a Vale se comprometeu com a Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig) a voltar a debater novos repasses em três meses. Enquanto a situação não se resolve, cresce o temor de desemprego entre os trabalhadores da Vale. O medo se baseia em um precedente: afinal, a Samarco manteve os empregados durante algum tempo, mas, como até hoje não retomou as atividades, acabou fazendo cortes.
A Vale diz estar trabalhando “com técnicos e especialistas de renome mundial” para resolver o problema, mas não dá uma data para normalizar a situação.
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