Quase metade de presos mortos em Altamira aguardava julgamento
Dos 62 mortos, 25 detentos ainda aguardavam julgamento.
Ao menos 25 dos 58 presos vítimas de um massacre dentro de um presídio em Altamira (PA), na última segunda-feira (29), eram provisórios, ou seja, ainda não haviam sido submetidos a julgamento. Outros 26 eram condenados, e sete tinham condenação e também processos nos quais ainda não haviam sido julgados.
O levantamento foi feito pelo portal G1 com base no sistema de Justiça do Pará e confirmados pelo governo do Estado.
Dois dias após o massacre no presídio, outros quatro presos foram estrangulados durante a transferência em um caminhão-cela. Um deles era provisório, um era condenado e dois tinham condenação e, ao mesmo tempo, também não tinham sido julgados em outros casos.
Os mortos tinham idades entre 18 e 52 anos; a maior parte respondia por crimes de tráfico de drogas, homicídio e associação criminosa. Dos 62 mortos, 50 eram do estado do Pará, e 12, de outros estados.
No Pará, segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), há 48 unidades penitenciárias com capacidade para 9.934 presos. A população carcerária é de 17.855 presos, 42,93% deles, provisórios.
O massacre teria sido causado por confronto entre facções criminosas dentro do presídio de Altamira. Na segunda (29), líderes do Comando Classe A (CCA) incendiaram a cela onde estavam detentos do Comando Vermelho (CV). Conforme a Susipe, 41 morreram asfixiados e 16 foram decapitados. Na terça, mais um corpo foi encontrado carbonizado nos escombros do prédio.
Após o massacre, o governo estadual determinou a transferência imediata de dez presos para o regime federal, e outros 36, para outros presídios paraenses.
Na ocasião dos ataques, o presídio em Altamira continha 308 custodiados no regime fechado. De acordo com a Susipe, a capacidade máxima da unidade é de 208 internos.