Deputada Tereza Nelma mobiliza Alagoas no combate à hanseníase
De 2014 a 2018 foram diagnosticados 1.642 casos e, desses, uma média de 60% foram diagnosticados tardiamente

É preocupante o número de casos de hanseníase em Alagoas. De 2014 a 2018 foram diagnosticados 1.642 casos e, desses, uma média de 60% foram diagnosticados tardiamente, quando os pacientes já apresentam graves sequelas. Dados como esses, revelados pela Secretaria de Saúde de Alagoas, motivaram a vinda a Maceió do coordenador nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase — MORHAN, Artur Custódio, a convite da deputada federal Tereza Nelma e do Morhan Alagoas.
Os números são preocupantes, mediante o desconhecimento da população alagoana sobre sintomas, detecção e tratamento. “O diagnóstico tardio da hanseníase contribui para o aumento no número de casos, ano após ano. É uma doença que pode causar sequelas terríveis. O diagnóstico é, muitas vezes, dificultado pelos sintomas que podem ser confundidos com outras doenças simples de pele, assim como muitos não buscam tratamento pelo estigma social e histórico que essa doença ainda carrega”, afirma a deputada federal Tereza Nelma, que foi autora da lei municipal que instituiu o Janeiro Roxo em Maceió, dedicado à realização de ações de conscientização sobre o compromisso de controlar, diagnosticar e tratar a hanseníase.
A hanseníase, antigamente conhecida como lepra, é uma doença causada por uma bactéria de alto teor infeccioso, mas de baixa patogenicidade. Ou seja, cerca de 90% das pessoas têm a bactéria, mas que não se manifesta devido as defesas naturais do corpo. Apesar de ser uma doença antiga, há mais de 20 anos já possui tratamento capaz de curar a totalidade dos casos.
Artur Custódio, coordenador do Morhan Nacional, acompanhou as ações que estão sendo desenvolvidas no estado, mas também reivindicou pautas importantes para o movimento. Junto ao secretário municipal de saúde, Thomaz Nonô, debateu a falta de capacitação dos profissionais da saúde, que dificulta a detecção da doença na Rede de Atenção Básica. Foi sugerida então a realização de cursos e capacitações para esses profissionais.
Com a reitora da Universidade Federal de Alagoas, professora Valéria Correia, buscou-se uma sensibilização sobre a necessidade do apoio do Hospital Universitário para as cirurgias reabilitadoras das sequelas da Hanseníase, que ainda não são realizadas em Alagoas. A exemplo dos “pés e mãos caídos”, que ocorrem quando os nervos são acometidos e limitam os movimentos desses membros.
Ainda junto ao secretário de saúde de Alagoas, Alexandre Ayres, na companhia do movimento Morhan Alagoas, pacientes e da vereadora Ana Hora, também foi debatida a Portaria nº 6091, que institui o Grupo de Trabalho para a elaboração da linha de cuidado da hanseníase na Rede de Atenção à Saúde. Selando o comprometimento do estado em minimizar os índices da doença em Alagoas.
“A taxa de detecção geral em Alagoas se mantém oscilante entre média e alta, mas segue em crescimento nos últimos anos, como o índice geral no Brasil. Isso nos preocupa muito porque, mesmo altos, esses números podem ser bem piores, já que muitas pessoas têm a doença, mas ainda não foram diagnosticadas. Sem contar tantas outras que, erroneamente, estão sendo tratadas para outras doenças que não condizem com sua realidade”, confirmou Artur Custódio.
Veja também
Últimas notícias

Jovem de 22 anos é internado com suspeita de intoxicação por metanol em Alagoas

Festival da Cultura Nerd reúne milhares de fãs e movimenta economia criativa de Maceió

Leonardo Dias entrega Título de Cidadão Honorário de Maceió a Dom Beto Breis

Advogada condenada por homicídio na Praia do Francês se entrega à polícia após revogação de habeas corpus

Ronda no Bairro atua em diversas ocorrências e reforça ações preventivas nas praias de Maceió

Fiscalização aponta problemas graves em unidade de saúde em reforma há quase dois anos em Maceió
Vídeos e noticias mais lidas

Homem confessa que matou mulher a facadas em Arapiraca e diz ela passou o dia 'fazendo raiva'

Guilherme Lopes dispara contra Beltrão: 'Penedo não deve nada a você'

Empresário arapiraquense líder de esquema bilionário perseguia juízes e autoridades, diz ex-mulher

Quem era 'Papudo': líder de facção de altíssima periculosidade morto confronto em Arapiraca
