Estudantes fazem mutirão de retirada de manchas de petróleo
A ação do IFAL Maragogi ocorreu nas praias de Peroba e de Ponta de Mangue

Um grupo de 30 estudantes do Instituto Federal de Alagoas, campus Maragogi, participou nesta quinta-feira (17) de um mutirão de retirada de manchas de petróleo que chegaram ao município de Maragogi. A ação, organizada pelos alunos dos cursos de Hospedagem e de Agroecologia da instituição de ensino, ocorreu nas praias de Peroba e de Ponta de Mangue.
Por volta das 9h, os estudantes começaram os trabalhos de limpeza na praia de Peroba. Com pás, ciscadores, enxadas e luvas, o grupo foi dividido em equipes para retirar os resíduos que apareceram, na areia, desde quarta-feira (16), à noite. Os voluntários recolheram o produto e depois os depositavam dentro de buracos na areia. Em seguida, os servidores da prefeitura faziam a coleta para despejá-los em caminhões-caçambas.
O estudante do curso de Hospedagem, Carlos Mateus Souza Nascimento, 18 anos, foi um dos voluntários na ação desta quinta-feira. Na opinião dele, a atitude dos estudantes foi positiva por mostrar união no campus e amenizar os danos que as manchas estão ocasionando ao meio ambiente. No entanto, ele espera maior engajamento das pessoas no voluntariado ambiental. “Essas ações ajudam a preservar o meio ambiente, mas ainda é pouco. O bom seria que mais jovens, de cidades da região, participassem desse trabalho conosco”, opinou.
Para a professora Anne Francially Araújo, uma das organizadoras do mutirão de limpeza, a ação fez com que os jovens enxergassem melhor o problema ambiental que atinge as praias do litoral do Nordeste. “Ao ver essa situação de perto, você se coloca no centro dela. É estar ali e sentir o cheiro daquele óleo, que põe fim a uma beleza natural que a gente tem”, analisou. Ela acrescentou que a ideia do mutirão surgiu a partir de conversas com integrantes do Conselho de Turismo de Maragogi, o qual possui representação do Instituto Federal de Alagoas.
A limpeza nas praias de Maragogi contou ainda com a participação de turistas hospedados nas praias de Ponta de Mangue e Peroba, moradores da região e empresários do segmento de hospedagem, bares e restaurantes. Também houve doação de sacos de lixo e equipamentos de proteção individual para a coleta dos resíduos.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o prefeito de Maragogi, Sérgio Lira, informou que 200 voluntários estão atuando de forma permanente de Japaratinga a Maragogi na limpeza das praias. Segundo ele, todo o material coletado é enviado para a Central de Tratamento de Resídios, no município de Pilar. Conforme o prefeito, num período de cinco dias, as praias de Maragogi devem estar adequadas para o banho.
Vida marinha, turismo e economia sofrerão impactos
Degradação da barreira de corais e morte de animais marinhos, prejuízos para o turismo e a economia do litoral Norte. Esses são alguns dos impactos ambientais que as manchas de petróleo devem provocar na região, segundo o especialista em gestão ambiental e mestrando em Tecnologias Ambientais, Renato Lobo.
“No estuário, onde a gente trabalha com o peixe-boi (que está em extinção), esse derivado do petróleo é absorvido quando entra em contato com a pele do animal. Ocorre um processo de redução de oxigênio, que o leva à morte. O coral também é um ser vivo. Quando esse produto entra em contato com ele, asfixia esse ser e ele morre”, explicou Renato Lobo. Para ele, o problema ainda afeta a qualidade da água, o ar e as comunidades que dependem do mar para seu sustento, além da redução do fluxo turístico na região.
Conforme o professor, a recomendação de autoridades ambientais é retirar os resíduos das praias, isolá-los do ecossistema. “Depois, faremos uma análise da água em laboratório para saber como ela está e qual seu nível de impacto para recomendar medidas e fazer algum tipo de recuperação da área degradada”, afirmou. Maragogi faz parte da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, que compreende 13 municípios, sendo que 8 deles fazem parte de Alagoas.
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