Pai conta como salvou filha de 11 anos que teve cabelo sugado em piscina
Letícia Cabral, de 11 anos, ficou com o cabelo preso na piscina com hidromassagem
Uma família do Distrito Federal viveu momentos de terror na segunda-feira (6) em uma casa alugada para as férias na Praia de Pipa (RN). Com um golpe de jiu jítsu, o geólogo Edmar Cabral, de 42 anos, conseguiu salvar a filha mais de nova, de 11 anos, que teve o cabelo sugado em uma piscina com hidromassagem.
Letícia decidiu ir para a piscina, na cobertura da casa, após a família voltar da praia. Ela estava com a irmã, de 14 anos, e o primo, de 12. Segundo Cabral, a menina mergulhou e a peça que faz a sucção da água se prendeu no cabelo dela.
"A hidromassagem tem uma bomba muito potente. A peça é de rosca, então o cabelo foi sugado, sabe? Ela ficou presa com a cabeça dentro pra cima e com as pernas de fora, se debatendo. Os meninos começaram a gritar, a minha esposa pulou na piscina, tentou puxá-la. Mas não conseguiu, foi quando ela me me chamou chorando dizendo que a Letícia estava morrendo", contou.
O pai da criança foi até a piscina e tentou puxá-la três vezes, mas sem sucesso. Ao UOL, ele contou que pensou em uma pegar uma faca para cortar os cabelos longos da menina. Mas, como estavam havia apenas 24 horas na casa, ele não sabia onde estava o utensílio.
"Resolvi fazer um apoio no joelho em um degrau dentro da piscina. Reforcei a pegada no cabelo e puxei com toda a força. Deus me deu uma força que eu não tinha. Meu joelho chegou a rasgar e sangrar, mas consegui quebrar a peça que fazia essa sucção. Saiu tudo: a broca, o cabelo e minha filha. Conseguimos salvá-la", disse aliviado.
A criança chorou ao relembrar os momentos de tensão vividos em Pipa. Segundo a menina, ela não se lembra de muita coisa. Disse que quando viu que o cabelo estava preso, só tentou sair da piscina.
"Foi muito tenso. De uma brincadeira de um mergulho, já passou pra isso. Isso que aconteceu é muito perigoso. Se não fosse pelo meu pai, eu nem estaria aqui", disse a menina, emocionada.
Cuidados
Cabral não culpa os donos da casa pelo acidente. Inclusive, disse que eles se colocaram à disposição para ajudar a família. O homem apenas fez um alerta: que os fabricantes se preocupem mais com a segurança.
"Precisamos reforçar esse cuidado. As empresas precisam rever as normas para deixar as piscinas e banheiras mais seguras. Uma placa alertando sobre os cuidados ou um botão de pânico que desligasse a banheira já ajudaria muito", completou.
O major Souza Mendes, do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, disse que os pais sempre devem estar os filhos em ambientes com piscinas, banheiras ou na praia.
"Não se deve deixar os pequenos sozinhos em nenhuma hipótese. Quando for em clubes, sempre optar por locais que tenha salva-vidas", disse
O major orienta que em situações parecidas como a da família, sempre se deve fechar o registro da piscina ou banheiro.
"Sempre quando vir alguém preso pela perna ou cabelo tem que tentar fechar o registro de imediato. Só assim, a piscina para de fazer a sucção e a pessoa consegue ser retirada. Tentar puxar, não adianta. Vai tornar o processo mais cansativo e desesperador", alertou.