Feriados em Alagoas devem causar prejuízo de R$ 570 milhões no Comércio e Serviços
Serão 10 feriados em dias úteis. Estimativa da Fecomércio é baseada no desempenho da economia alagoana nos últimos anos

Os feriados de 2020 devem acarretar num prejuízo de R$ 570 milhões para os setores do Comércio e de Serviços em Alagoas, segundo estimativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL). De acordo com a entidade, cada dia produtivo destes setores em Alagoas gera, em média, R$ 57 milhões e, este ano, serão 10 feriados nacionais em dia útil.
Embora os feriados em dias úteis possam beneficiar algumas atividades, como o turismo, acabam por gerar prejuízos devido à queda na produção ou, em caso de atividade, devido ao aumento dos custos da operação, já que a legislação trabalhista assegura folga compensatória ou pagamento em dobro nestes dias. Além disso, uma boa parte das lojas fecham, deixando de faturar. “É o que chamamos de PIB real contra o PIB potencial”, explica o assessor econômico da Federação, Felippe Rocha.
De acordo com o economista, apesar de muitas empresas já considerarem em seu planejamento os feriados, o fato é que o prejuízo existe. “Feriados muito prolongados, em alguns segmentos, significam a impossibilidade de venda e a dificuldade de fecharem as contas no fim do mês. Se de um lado os segmentos de lazer lucram, outros perdem”, acrescenta.
Contexto
A estimativa da Fecomércio foi baseada no desempenho da economia alagoana nos últimos anos. Em 2018, o crescimento foi de 1,53% no Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o acumulado até o terceiro trimestre de 2019 foi de 2,44%, fazendo com que o PIB alagoano se aproxime de R$ 50 bilhões. E, de acordo com a prospecção da Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (SEPLAG), até o terceiro trimestre do ano passado houve crescimento de 13,26% da Agropecuária; redução de 2,44% da Indústria e crescimento de 1,04% em Serviços (aqui se insere o comércio em geral – setor terciário).
Em 2017, segundo as contas nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o setor de Serviços recuou nas atividades de Transporte e Armazenagem e de Comércio Ampliado, reduzindo a importância do setor, no PIB, para 43% (excluindo da conta os serviços públicos, a construção civil e serviços domésticos) ante uma atividade que já chegou a quase 49% do PIB.
O PIB do setor de Serviços de 2017 foi estimado em R$ 20,565 bilhões, crescendo 1,35% em 2018 e, pelo menos, 1,04% em 2019, já que o estudo do ano ainda não foi encerrado. Com isso, o PIB para 2019 deve ficar em torno de R$ 21,059 bilhões. Vale ressaltar que, do crescimento do setor, apenas a Administração Pública, as Atividades Imobiliárias e a Hotelaria (Alojamento) cresceram, respectivamente, 2,75%, 2,53% e 2,84%. O Comércio Ampliado caiu 2,18%; as atividades profissionais e científicas, -0,23% e o setor de Transporte, Armazenagem e Correios, - 5,61%. Todos esses indicadores foram considerados pela Fecomércio para estimar os impactos dos feriados de 2020 para a economia do Estado.
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