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Após prédio desabar no DF, dono do imóvel diz que não pode fazer nada por moradores

Segundo moradores do prédio, falhas na estrutura estavam sendo relatadas para o dono, mas ele estava chamando de "fofoca"

Por Correio Braziliense 07/01/2022 15h03
Após prédio desabar no DF, dono do imóvel diz que não pode fazer nada por moradores
Primeiro andar do prédio foi destruído, ainda há risco de mais quedas - Foto: Minervino Júnior/CB

Moradora do 1º andar do edifício que desabou parcialmente na Área Especial da QSE 20, em Taguatinga Sul, no Distrito Federal, Solange Martins dos Santos, 41 anos, falou por telefone com o dono do prédio, Edilson Albuquerque, 75, e ouviu que "não pode fazer nada". "Liguei para ele e perguntei como iria ficar a minha situação para ele arcar com o prejuízo, porque eu estou só com a roupa do corpo e tenho contas que estou pagando ainda", desabafa a dona de casa.

Solange conta que o dono do prédio se comprometeu a "talvez custear metade do prejuízo dos moradores", afirma a condômina. "Falei que ele sabia que as paredes estavam rachadas, e mostrei para ele, e ele falou que era fofoca, que o prédio não iria cair", acrescenta a moradora do 1º andar, em conversa com Edilson, na manhã desta sexta-feira (7/1).

Diante da forte chuva que cai na região na manhã desta sexta-feira (7/1), o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) afirma que ainda há risco de desabamento. "Estamos no período de 24h de acomodação da estrutura", acrescenta a corporação.

No local, há viaturas do CBMDF, Defesa Civil do DF (DCDF) e da Polícia Militar do DF (PMDF). Segundo o coronel Deusdete Vieira, a Defesa Civil aguarda engenheiros para realizarem vistoria técnica nos prédios ao lado do que desabou parcialmente. "Será feita nova avaliação pela Defesa Civil após esse período", complementa o Corpo de Bombeiros, em nota.

O caso

O piso do primeiro andar de um prédio, onde moravam cerca de 19 famílias, cedeu na tarde desta quinta-feira (06). Caso aconteceu em Taguatinga Sul, no Distrito Federal.

Segundo testemunhas, por volta das 10h do dia, uma mulher notou problemas na estrutura do edifício, que ficava ao lado de sua loja, e decidiu chamar os bombeiros. Uma viatura com os militares chegou às 10h33, os bombeiros constataram queda iminente e esvaziaram o imóvel em 15 minutos e, cerca de quatro horas após o ocorrido, a estrutura cedeu e caiu parcialmente.