Lula volta a dizer que não haverá teto de gastos em seu eventual governo
Ex-presidente defende rever medida aprovada em 2016 para que governo federal possa aumentar investimentos em áreas como educação

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a afirmar nesta quarta-feira (11) ser contra o teto de gastos que limita as despesas e investimentos públicos do governo federal. A declaração foi feita durante um encontro do petista com reitores na Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) e, mais tarde, reproduzida em suas redes sociais.
“Não haverá teto de gastos no nosso governo. Não que eu vá ser irresponsável, gastar pra endividar o futuro da nação. É porque nós vamos ter que gastar aquilo que é necessário na produção de artigos produtivos, de artigos rentáveis, e a educação é um artigo rentável. É a coisa que dá o retorno mais rápido para que a gente possa produzir. Quem vai derrubar o gasto com relação ao PIB, é o crescimento econômico”, disse Lula.
Pouco antes, o pré-candidato à Presidência disse que pretende fazer uma “política de industrialização” no país.
Não vai ter teto de gastos no meu governo. Vamos investir em educação porque é o que dá mais retorno ao país. O que vai resolver a relação dívida/PIB é o crescimento do PIB. Nós deixamos as maiores reservas internacionais da história, o que está salvando esse país agora.
— Lula (@LulaOficial) May 11, 2022
O teto de gastos foi definido pela Emenda Constitucional nº 95, aprovada pelo Congresso em 2016, durante o governo de Michel Temer (MDB). Ela limita o crescimento das despesas do governo por 20 anos aos mesmos valores gastos no ano anterior, corrigidos pela inflação.
Nesta quarta-feira, o petista voltou a falar do tema ao dizer que investirá em educação. “Eu acho que será um trabalho gigantesco fazer mais do que eu já fiz. Mas só assim vale a pena voltar. Então estou disposto a fazer universidades e investimentos em educação para a gente se aproximar do Chile e da Argentina que tem mais de 30% dos jovens nas universidades”, escreveu.
Para o ex-presidente, é preciso “colocar o pobre no orçamento”, o que beneficiaria também os empresários. “Quando 40 milhões de brasileiros pobres começaram a ter um padrão de consumo da classe média, nossa indústria começou a progredir”, disse. Segundo ele, os empresários só conseguem oferecer empregos se “tiverem dinheiro”.
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