Cármen Lúcia manda apagar vídeos em que Lula associa Bolsonaro a morte de petista
Decisão da ministra do TSE nesta quinta-feira faz referência a um crime em MT que tem como suspeito um apoiador do presidente
A ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mandou apagar vídeos das redes sociais em que o candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) associa o presidente Jair Bolsonaro ao assassinato de um apoiador do Partido dos Trabalhadores ocorrido no mês passado.
A decisão da magistrada, divulgada nesta quinta-feira (6), atende a um pedido da coligação do presidente e se refere a um discurso do petista sobre um crime ocorrido em Mato Grosso, no mês passado, que tem como suspeito um apoiador de Bolsonaro.
A defesa do presidente, na representação, defende que o discurso de Lula se trata de uma "estratégia de indução de efeitos psicológicos negativos sobre o candidato adversário, aproveitando-se da revolta ocasionada pela morte de um ser humano para atribuir ao presidenciável Bolsonaro toda sorte de adjetivos negativos e criminosos".
Para a ministra, "as referências não evidenciam apenas críticas políticas ou legítima manifestação de pensamento" e há "a divulgação de mensagem sem demonstração de veracidade do que foi afirmado, em ofensa à imagem do candidato".
No mês passado, o TSE determinou que a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, excluísse uma postagem das redes sociais em que acusava o presidente Jair Bolsonaro de ser o mandante da morte do apoiador do PT neste mesmo caso.
Relembre o caso
De acordo com as investigações da Polícia Civil, Benedito Cardoso dos Santos foi assassinado a facadas por Rafael Silva de Oliveira, apoiador de Bolsonaro, após uma discussão sobre política em uma propriedade rural no município de Confresa, em Mato Grosso. O caso ocorreu na noite do dia 7 de setembro.
Depois de ter esfaqueado Benedito, o autor teria acertado o pescoço da vítima com um machado, quando ela ainda estava viva.
Segundo a Polícia Civil, a discussão foi iniciada por questões políticas, conforme informado pelo suspeito, que tem 24 anos. Ele foi preso em flagrante e a prisão foi convertida em preventiva.
Ao R7, à época, o delegado Victor Oliveira, chefe da delegacia da cidade, explicou que os dois eram colegas de trabalho e se conheciam havia poucos dias. Ambos atuavam em uma fazenda cortando lenha. A vítima, de 42 anos, trabalhava e morava no local havia mais tempo, já o suspeito estava no local havia dois dias, segundo o delegado.
Em julho, o guarda municipal de Foz do Iguaçu (PR) Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, foi morto em sua festa de aniversário, cujo tema era PT, pelo policial penal federal Jorge da Rocha Guaranho.