Fundo do mar vira fonte de renda para mergulhadores em Maragogi
Mergulho conduzido para turistas tem gerado empregos na Capital da Costa dos Corais
O olhar empreendedor do empresário Paulo Flórido Filho, de 45 anos de idade, fez ele enxergar uma oportunidade de empreender no fundo do mar. O mergulhador criou o Centro de Mergulho Projeto Oceano Mar e tem sido uma fonte de riqueza, gerando renda e trazendo oportunidades de empregos na cidade turística de Maragogi. O município do Litoral Norte de Alagoas tem se tornado uma grande referência nacional para a prática de mergulho conduzido para turistas e une belezas naturais com consciência ambiental.
Fundado em dezembro de 2008, o projeto tornou-se referência em todo o Brasil e tem realizado o sonho de cada turista que desejava conhecer as profundezas das águas do Caribe Brasileiro. O Centro de Mergulho conta com 15 colaboradores no município litorâneo e serve também de escola para outras companhias da área na cidade e tem ajudado a gerar emprego e renda em Maragogi.
A Capital da Costa dos Corais é o segundo polo turístico do Estado, ficando atrás apenas de Maceió, e o atrativo do mergulho conduzido tem encantado turistas de todo o mundo que visitam Maragogi. O visitante desfruta de mergulhar no paraíso: as piscinas naturais de Maragogi (Galés, Taocas e Barra Grande) e também pode conhecer as profundezas do mar visitando naufrágios, aquários naturais e corais. O fundo do mar do Caribe Brasileiro dispõe de 18 espécies de corais (sendo oito únicos da região) e 32 espécies de peixes que vivem em ambientes recifais.
Paulo Flórido contou como é empreender no fundo do mar. “Empreender no fundo mar é bom, mas é muito difícil: tem que ter uma força de vontade muito grande. Não foi fácil e ainda não continua sendo fácil. Levar pessoas que nunca tiveram contato com o fundo do mar, com o meio ambiente, a pessoa chega em Maragogi e consegue. A gente leva essa pessoa para o fundo do mar, introduz a pessoa no ambiente aquático, no final é muito prazeroso e supera todos os entraves, todas burocracias que a gente encontra no desenrolar da atividade”, enfatizou ele dizendo que não é necessário saber nadar para fazer o mergulho conduzido, pois, o mergulhador é quem comanda o passeio.
O empreendedor ressaltou que um dos principais fatores para o sucesso do negócio é a segurança. “A gente tem segurança total. Maragogi nunca teve um acidente com mergulhador, não só no Projeto Oceano Mar, mas em nenhuma outra operadora que faz parte da Associação dos Operadores de Mergulho de Maragogi porque segue os padrões internacionais. Todo pessoal que opera em Maragogi tem treinamento, passa por checagem anualmente, renova as habilitações. Hoje, Maragogi, posso dizer, que o pessoal de Maragogi, que opera o mergulho em Maragogi tem um alto nível de preparação”, frisou. O mergulho conduzido pode ser feito com pessoas a partir de cinco anos, passando de 12 a 15 minutos nas piscinas com um mergulhador.
Geração de emprego
O Centro de Mergulho Projeto Oceano Mar se orgulha de gerar empregos na cidade de Maragogi. “Hoje, dos nossos 15 colaboradores, apenas um é do Recife, mas os outros 14 são aqui de Maragogi. São pessoas que começaram aqui com a gente aos 18 anos e hoje já estão com 26 e continuam com a gente. Começou no treinamento básico, não tinha noção nenhuma com mergulho e a gente convidou, deu o treinamento e hoje são instrutores de mergulho”, disse o empreendedor.
A geração de empregos é um orgulho para o fundador do projeto. “Eu tenho muito orgulho e fico muito feliz porque onde passo sou reconhecido, principalmente nas operadoras de Maragogi, de outros colegas que são donos de operadoras que têm funcionários que foram alunos do Centro de Mergulho, começaram no Projeto Oceano Mar e depois migraram para outras operadoras. Foram profissionais que iniciaram a carreira profissional, a vida profissional no Projeto Oceano Mar. Nunca deixamos de colaborar com a geração de empregos aqui em Maragogi. Maragogi tem ótimos profissionais”, afirmou.
O marinheiro e fotógrafo Maurício Ribeiro de Albuquerque Júnior, de 30 anos, trabalha no projeto há anos e sente-se realizado. “A importância desse projeto na minha vida é maravilhosa. É daqui que tiro também o sustento da minha família e sem falar que amo fazer o que faço: é realizar sonhos, que são nossas fotos e no fim do dia receber vários elogios é gratificante e me incentiva ainda mais a querer voltar amanhã novamente para exercer o meu trabalho, que é na verdade pra mim é uma diversão. Porque quando fazemos o que amamos não é trabalho e sim diversão”, ressaltou.
Consciência ambiental
A atividade de mergulho vive em harmonia com o meio ambiente. “A atividade de mergulho é uma atividade prazerosa porque é uma atividade que o contato é direto com o meio ambiente, com o habitat natural dos seres marinhos. O mergulhador já tem em si, na sua composição, a ideia de preservar o meio ambiente. Aqui em Maragogi a gente encontrou um ambiente muito propício a isso. A gente segue os padrões internacionais que já protegem a questão ambiental: os recifes de corais, a fauna, a flora marinha. Os mergulhadores não só aqui em Maragogi, mas no mundo todo, são vistos como parceiros do meio ambiente”, destacou Flórido.
Negócio
Para Paulo Flórido, o fundo do mar virou um negócio. “O fundo do mar virou um negócio. O meio ambiente hoje é um meio de vida pra mim e para a minha família e sem dúvida eu tenho o maior respeito, carinho, admiração e pratico muito a conservação porque é desse lugar que eu tiro o meu sustento”, salientou.
Ele destacou que empreender no mar é uma luta constante. “Empreender no fundo do mar pra mim é uma luta diária, matar um leão por dia porque é um ambiente totalmente diferente dos outros. Os outros empreendimentos são em terra, nas cidades, mas você empreender no fundo do mar é quase que inacreditável. Pra mim é motivo de muito orgulho, muita força e dedicação”, finalizou.
Turistas encantados
Os turistas ficam encantados com o mergulho. O casal vindo do Paraná, Lucas e Gabriela Ribeiro, ficou maravilhado. “O mergulho é muito bom! É muito bonito o fundo do mar: os corais, os peixes, vale a pena”, disse o paranaense. A Gabriela Ribeiro ficou muito feliz ao mergulhar nas piscinas pela primeira vez. “Vale muito a pena porque é um ambiente que é a gente não costuma contemplar. Tem que aproveitar e é uma oportunidade única”, frisou.
Veja aqui imagens do fundo do mar: