Política

Após depoimento de Virginia, CPI vai ouvir Rico Melquíades

Senadores que investigam Bets querem apurar participação de personalidades em apostas esportivas

Por R7 14/05/2025 08h08
Após depoimento de Virginia, CPI vai ouvir Rico Melquíades
O influenciador digital Luiz Ricardo Melquiades - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Após uma sessão agitada com a influenciadora digital Virginia Fonseca na terça-feira (13), a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Bets ouve, nesta quarta-feira (13), o influenciador Luiz Ricardo Melquíades, mais conhecido como “Rico”. O depoimento dele está marcado para às 11h e a equipe do influenciador confirmou a participação dele junto aos senadores.

O pedido para a convocação de Melquíades é de autoria da relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). No requerimento, ela justifica a solicitação citando o suposto envolvimento do influenciador na Operação Game Over 2, deflagrada pela Polícia Civil de Alagoas. A ação apura a promoção irregular de jogos de azar online por meio de influenciadores digitais. Durante a operação, foram apreendidos celulares, veículo e houve bloqueio de contas bancárias do investigado.

“A atuação de Rico Melquiades, como influenciador com grande alcance nas redes sociais, é relevante para a apuração do uso indevido de publicidade digital na disseminação desses jogos”, alega a parlamentar. A defesa do influenciador acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo que ele não fosse obrigado a comparecer na audiência ou que lhe fosse garantido o direito constitucional ao silêncio, quando ele quisesse usar.

O pedido foi distribuído ao ministro Alexandre de Moraes, como relator. O magistrado manteve a convocação, destacando que Melquíades tem o dever de falar sobre o objeto da CPI. No entanto, o ministro assegurou ao influenciador o direito ao silêncio e a garantia de não autoincriminação. Além disso, o assegurou de ser assistido e orientado por advogados durante o depoimento.

O colegiado também aprovou a convocação da advogada Adélia Soares, que atua na defesa da influenciadora Deolane Bezerra. A oitiva também estava marcada para hoje, mas a defesa da advogada acionou o STF, alegando que ela se prontificou a comparecer por meio de vídeo no colegiado, mas que a CPI recusou e que aprovou uma condução coercitiva. Assim, eles pediram que a obrigatoriedade do comparecimento fosse revogada, o que foi atendido pelo ministro-relator Dias Toffoli.

A convocação também é de autoria da relatora da CPI, que alega que a advogada foi indiciada pela Polícia Civil do Distrito Federal pelos crimes de falsidade ideológica e associação criminosa. “As investigações indicam que a referida advogada teria colaborado com uma organização estrangeira para estruturar e operar ilegalmente jogos de azar no território nacional, utilizando a empresa Playflow como fachada”, argumenta Soraya.

Depoimento de Virgínia à CPI das Bets

Durante o interrogatório, a influenciadora foi questionada pela relatora, e pelos demais membros do colegiado, sobre o papel de influenciadores no mercado de apostas esportivas. Ela afirmou, entre outras coisas, que faz propaganda apenas para duas casas de apostas no Brasil, que seriam regularizadas.

Além disso, Virginia destacou que sempre deixa claro nas publicidades que faz que é necessário ter responsabilidade durante as apostas.

Virginia negou ter qualquer contrato para lucrar com valores que seguidores perdem com os jogos que ela anuncia. A influenciadora também disse que iria “pensar” em parar de divulgar as casas de apostas.