IMA remunera agricultores e proprietários de reservas que preservam os biomas em Alagoas
Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) beneficia 79 participantes no estado

Em Alagoas, quem preserva e protege o meio ambiente é remunerado por meio do Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). A iniciativa é do Governo do Estado de Alagoas, através do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) em parceria com a Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (Semarh).
Com duas modalidades previstas pelos editais de Agroecologia e de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), os primeiros editais estão remunerando 79 participantes em 23 municípios alagoanos, abrangendo os biomas da Caatinga e da Mata Atlântica. O incentivo financeiro representa um reconhecimento pelos serviços ambientais prestados.
Os contemplados receberam parte dos recursos do programa e estão realizando melhorias em suas propriedades e lotes. Uma das contempladas pelo edital de Agroecologia foi a agricultora Claudiana Rosalino, 41 anos, mais conhecida como Cláudia, moradora do Assentamento Dom Hélder Câmara, localizado em Murici. Desde que chegou ao assentamento, há dez anos, ela passou a se envolver mais com o meio ambiente. “Fui me apaixonando pela terra, participando do Movimento das Mulheres. Para mim, a roça é vida”, conta. No lote de Cláudia existem quatro nascentes que abastecem a comunidade.
Com o pagamento do PSA, ela pretende recuperar e preservar essas fontes de água. “É um motivo para a gente cuidar mais, a gente se sente mais valorizada nesse cuidado com a natureza”, destacou a agricultora sobre o PSA. O sonho da agricultora é que Cauã, seu filho caçula de 18 anos, siga seus passos na agroecologia.
Para o diretor-presidente do IMA/AL, Gustavo Lopes, o programa é uma forma de valorizar agricultores e proprietários de RPPNs, reafirmando o compromisso do Estado com a pauta ambiental. “É uma felicidade imensa ver que o PSA já é uma realidade e vem dando muitos frutos. É uma satisfação enorme ver Alagoas reconhecer o trabalho de quem tanto contribui para a conservação do solo, da água e para a recuperação de áreas degradadas. Tenho muito orgulho de poder dizer que, em Alagoas, quem protege o meio ambiente é valorizado e remunerado por isso. Agora, com uma política pública do Governo do Estado de Alagoas e com o somatório de esforços junto à Semarh, temos uma grande parceria nas ações conduzidas pelo Instituto do Meio Ambiente”, ressaltou Gustavo Lopes. Preservar para as futuras gerações
Para a empresária Regina Gomes de Barros, 67 anos, o PSA veio como um incentivo a mais para preservar. Há 30 anos, ela administra a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Vila D´Água, localizada no município de Murici. “O PSA me deu um gás para continuar esse trabalho de reflorestamento e preservação. Hoje em dia, esse apoio técnico e institucional ajuda muito quem quer preservar. É muito importante para nós, proprietários de RPPNs. Sinto-me segura para continuar preservando esse paraíso que temos”, afirmou.
A área, que antes era utilizada para monocultura de cana-de-açúcar e fazia parte de uma antiga usina, passou por um intenso processo de recuperação ambiental. A RPPN possui quedas d’água, riachos e nascentes, sendo cortada pelo Riacho Pitu. “Há 30 anos era muito difícil. As pessoas não tinham medo de caçar e desmatar. Por isso, pensei em fazer uma reserva para preservar para as futuras gerações, guardar a natureza mesmo quando eu não estivesse mais aqui”, relembrou a empresária.
Regina contou que diversas espécies estão reaparecendo na região, entre pássaros e mamíferos nativos, além de animais que são soltos pelos órgãos ambientais. “Isso não tem preço. É o prêmio que a gente tem por preservar. E isso é muito significativo, porque no início muita gente não dava valor. Acordar de manhã e ver os animais passando por aqui é nossa alegria, nosso tesouro”, concluiu.
Relevância social
A assessora ambiental de Clima do IMA/AL, Gabriela Cota, salientou que o PSA tem esse papel de valorizar os serviços ambientais e beneficiar essas pessoas, que têm um perfil conservacionista. “O programa traz essa relevância social à medida que reconhece o trabalho dessas pessoas, as tradições associadas e a aposta voluntária de tantos anos na conservação, que agora está sendo devidamente reconhecida”, explicou a especialista.
Marianna Farias, gerente de Mudanças Climáticas e Sustentabilidade do IMA/AL, destacou que o PSA simboliza um novo olhar sobre a conservação ambiental em Alagoas. “Mais do que um incentivo financeiro, o programa reafirma o compromisso do Estado em reconhecer quem cuida do meio ambiente como verdadeiro parceiro na construção de um futuro sustentável. O PSA representa um avanço importante na forma de fazer política pública, aproximando o poder público das pessoas que transformam a preservação em parte do seu cotidiano”, afirmou Marianna.
Atualmente, o PSA está em fase de monitoramento dos dois editais vigentes, com acompanhamento das atividades de implementação dos planos de ação para viabilizar os próximos pagamentos previstos.
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