Presidente da Petrobrás tem salário de até R$ 260 mil
Executivo da maior estatal brasileira vale 6 ministros do STF e a 230 petroleiros. Cargo acumula poder e prestígio superior aos de vários ministérios.
A busca do novo presidente da Petrobrás, que completa uma semana, envolve a disputa pelo mais poderoso cargo entre todas as estatais do país — superando até o de vários ministros de estado, a julgar pelo orçamento e pelo poder de influência da empresa. A tarefa delicada de comandá-la justificaria um salário que pode variar dos R$ 200 mil aos R$ 260 mil, a depender dos adicionais de ocasião, a serem acrescidos ao vencimento do dirigente.
Após a renúncia de Adriano Pires à indicação presidencial, cujo conflito de interesse, além de afetar o próprio filho, projetava prejuízos para depois da saída do posto — já que um ex-presidente da Petrobrás está sujeito à quarentena — a busca se tornou mais complexa. O novo titular da estatal dificilmente permanecerá no posto por mais de 8 meses, já que deve ser substituído pelo novo presidente da República, quando o Brasil estará mergulhado num contexto político diferente em janeiro de 2023, seja qual for o eleito.
Segundo o Sindipetro, sindicato da categoria, o executivo no comando da super estatal, recebe o equivalente aos vencimentos de 230 trabalhadores da Petrobrás. O próprio Silva e Luna, que veio do comando da Itaipu para assumir a presidência da empresa em meio a mais uma crise de preços dos combustíveis, saltou de um salário de R$ 110 mil — que já era o triplo de seu vencimento como general da reserva — para uma impensável renda mensal, mesmo para um oficial militar de carreira e prestígio.