WhatsApp diz que não fez acordo com TSE e mudanças serão feitas após as eleições
Representantes da empresa se encontraram com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, nesta quarta
O WhatsApp informou que as mudanças que devem ser implementadas no aplicativo não são fruto de acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e que as resoluções ocorrerão somente após as eleições deste ano. Representantes da empresa se encontraram na manhã desta quarta-feira (27) com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro das Comunicações, Fábio Faria.
"De acordo com o calendário já divulgado, a implementação da funcionalidade no Brasil ocorrerá somente após o período eleitoral", disse o WhatsApp em nota.
"É importante ressaltar que a decisão sobre a data de lançamento deste recurso no Brasil foi tomada exclusivamente pela empresa, tendo em vista a confiabilidade do funcionamento do recurso e sua estratégia de negócios de longo prazo. Essa decisão não foi tomada a pedido nem por acordo com o Tribunal Superior Eleitoral", completou.
O comunicado informa que a empresa assinou um memorando de entendimento com o TSE no início deste ano. O documento inclui, por exemplo, um chatbot – canal de denúncias para contas suspeitas de diversos disparos em massa e treinamentos para a equipe da Justiça Eleitoral.
O aplicativo também é signatário do Programa de Enfrentamento à Desinformação desde 2019. "No entanto, nenhum desses acordos com o WhatsApp faz referência à funcionalidade Comunidades ou ao seu momento de lançamento, pois esse tipo de decisão cabe à empresa", destaca.
O WhatsApp anunciou, no dia 14 de abril, o recurso "Comunidades", que, na prática, permite disparos em massa para diversos grupos de interesses comuns. Isso acende um alerta quanto ao envio de informações falsas em ano de eleição, mas a empresa ressaltou que nenhum recurso novo será implementado antes do pleito de 2022. O WhatsApp avalia que o público-alvo da iniciativa são escolas, empresas e moradores de prédios.
Um comunicado do aplicativo informou que as Comunidades devem permitir uma "melhor organização de grupos separados sob um 'guarda-chuva' principal". Ou seja, diretores de escola, por exemplo, poderão criar um grupo daquela instituição na plataforma, abrangendo outros subgrupos separados de professores, alunos e classes. Nele, os responsáveis pelo colégio podem enviar mensagens de avisos a todos ao mesmo tempo.
"Estamos no início do desenvolvimento de Comunidades para o aprimoramento do recurso antes de passar à etapa de lançamento global, o que não acontecerá por vários meses. Continuaremos a avaliar o momento exato para o lançamento da funcionalidade no Brasil e comunicaremos a data quando estiver definida. Reafirmamos que isso só acontecerá após as eleições de outubro", finaliza a nota.
Após o período eleitoral, o aplicativo também vai promover uma série de novidades. Entre elas estão as reações com emojis a mensagens, a exclusão de mensagens em grupos pelo administrador, o aumento da capacidade de envio de arquivos grandes para até 2 gigabytes e chamadas de voz com apenas um toque para até 32 pessoas.