Caso Gabriel Lincoln: Família de adolescente protesta por justiça em Palmeira dos Índios
Ato marcou seis meses da morte de Gabriel Lincoln, atingido por um tiro durante abordagem policial
A família de Gabriel Lincoln Pereira da Silva, adolescente de 16 anos morto com um tiro disparado por um policial militar, realizou um protesto nesta segunda-feira (3), em frente ao Fórum de Palmeira dos Índios. Os familiares cobram agilidade no processo judicial e o julgamento dos agentes envolvidos na abordagem. O ato marcou os seis meses da morte do jovem.
O pai da vítima, Cícero Pereira, afirmou que a família luta diariamente para que o caso não seja esquecido pelas autoridades e pela sociedade. “Estamos reivindicando e pedindo para que a Justiça seja mais rápida, para que o processo tenha um fim. A gente está na luta, pedindo Justiça por Gabriel”, disse.
No mês passado, a Justiça determinou o afastamento preventivo dos policiais. Três militares foram indiciados, entre eles o responsável pelo disparo, que responde por homicídio culposo. Todos também são investigados por fraude processual especial, crime previsto na Lei de Abuso de Autoridade.
Anteriormente, os agentes já haviam sido retirados das ruas, mas continuavam desempenhando funções administrativas. Com a nova decisão, os três ficam proibidos de exercer qualquer atividade na corporação até o fim do processo criminal.
O advogado de defesa dos policiais, Raimundo Palmeira, declarou que o processo segue dentro dos trâmites legais. “A própria acusação interpôs embargos declaratórios contra a decisão que aplicou o afastamento das funções policiais como medida cautelar. Isso leva tempo, pois há prazos para as partes se manifestarem. O juiz decidiu manter apenas essa cautelar, mas é natural que os recursos atrasem a instrução processual”, explicou.
A investigação
A Polícia Civil concluiu que o adolescente estava desarmado durante a perseguição. Segundo o inquérito, os três policiais tentaram forjar uma cena de legítima defesa, apresentando um revólver como se pertencesse à vítima. Os investigadores entenderam que o disparo foi acidental, o que levou ao indiciamento do PM por homicídio culposo.
Já o Ministério Público de Alagoas diverge da conclusão e sustenta que o crime foi um homicídio com dolo eventual, qualificado pelo recurso que impediu a defesa da vítima. Para o MP, o sargento do Pelotão de Operações Policiais Especiais (Pelopes) assumiu o risco de matar ao atirar na direção do adolescente, mesmo alegando não ter intenção de provocar a morte.
O caso
Gabriel Lincoln, que estudava pela manhã e ajudava a família vendendo pizzas à noite, foi morto no dia 3 de maio de 2025, após ser abordado por policiais. Assustado, o adolescente teria acelerado a moto, iniciando uma perseguição que terminou quando um disparo atingiu suas costas.
Doze testemunhas apresentaram versões diferentes da relatada pelos militares. A principal prova que contradiz a versão policial é o exame residuográfico feito a pedido do advogado da família. O laudo concluiu que não foram encontrados resíduos de pólvora nas mãos de Gabriel, afastando a hipótese de que ele tivesse atirado.
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