Número de servidores negros é menor em carreiras mais valorizadas, diz Ipea
Estudo divulgado nesta terça-feira (11) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) mostra que apesar de os negros ocuparem 47% dos empregos no setor público, a presença dessa parcela da população é muito reduzida nas carreiras mais valorizadas como diplomatas, auditores da Receita Federal e advogados da União.
Durante seminário realizado na Câmara, a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, explicou que os 47% de negros no serviço público incluem servidores civis e militares.
Segundo ela, os que efetivamente trabalham na administração direta são aproximadamente 30% - a maioria deles lotada em cargos menos valorizados ou em extinção.
"Nas carreiras mais valorizadas, você nunca passa de 19%, 15% de negros. Em alguns lugares, chega até a 5% apenas de negros."
A ministra acrescentou que o objetivo do projeto é uma ação afirmativa do governo federal.
A nota técnica do Ipea analisou experiências de reserva de vagas para negros em 43 municípios dos Estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul entre 2002 e 2012. Muitas das experiências já estão incorporadas no projeto do governo.
Na opinião da pesquisadora que elaborou a nota técnica, Tatiana Silva, além da reserva de vagas para negros no serviço público, é necessário haver uma avaliação constante para verificar se a medida está sendo eficaz para diminuir as desigualdades raciais no mundo do trabalho.
Segundo Tatiana Silva, depois que o projeto virar lei é preciso avaliar qual é o percentual efetivo de aumento da participação da população negra em todos esses cargos, principalmente nos que têm uma presença residual de população negra.
A análise do Ipea foi feita a partir do projeto de lei em análise na Câmara dos Deputados que reserva aos negros 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos federais (PL 6738/13).
A regra vai valer para concursos da administração pública, das autarquias, das fundações, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pelo governo federal.
De acordo com a proposta, poderão concorrer às vagas aqueles que se autodeclararem pretos ou pardos quando fizerem a inscrição do concurso.
Se aprovado o projeto, a cota de 20% para negros no serviço público federal vai valer por dez anos e não vai se aplicar aos concursos cujos editais já tiverem sido publicados.
A previsão do relator da proposta na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), é que a matéria seja votada antes do Carnaval.
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