Apesar de os táxis da cidade possuírem taxímetro desde o fim da década de 80, em Arapiraca, independente da hora e da distância do trajeto, o valor de uma corrida foi “estabelecido” pelos taxistas em torno de R$ 12,00. No segundo maior município de Alagoas, os usuários ainda resistem a utilizar o taxímetro, por medo de pagar mais pela corrida.

Já os taxistas evitam acionar o aparelho porque estabeleceram a média de R$ 12,00 para qualquer parte da cidade e, com o taxímetro, a corrida, dependendo naturalmente da distância, o valor pode ser abaixo do que eles consideram ideal para circular em Arapiraca. A bandeira em Arapiraca custa R$ 3,65.

“Existe uma falta de cultura por parte da população tem uma espécie de trauma com taxímetro e teme pagar mais por uma corrida; aí prefere não utilizar o taxímetro, e o próprio taxista também não incentiva porque, de fato, pode receber menos em determinadas corridas”, afirmou o presidente da Associação de Taxistas de Arapiraca (ATA), José Osmair.

Taxista há cinco anos, Osmair conversou por telefone com o 7segundos na manhã desta terça-feira (2), na semana em que a categoria foi chamada pela SMTT de Arapiraca para aferir os taxímetros. Hoje, a cidade circula com quase 500 táxis, dos quais somente 180 fazem parte da ATA e 100 estão adimplentes.

“A lei diz que em cidades com mais de 50 mil habitantes, os táxis são obrigados a circular com taxímetro. Aqui, gastamos em média R$ 150 por ano para aferição, mas infelizmente não usamos como deveria ser”, explicou o presidente da ATA, lembrando que campanhas foram feitas para tentar conscientizar usuários e taxistas, mas nenhuma delas foi suficiente para mudar a cultura da população e pôr fim à resistência da categoria.

Apesar da força da lei e obrigatoriedade, José Osmair revela que ainda há táxis que fazem corrida em Arapiraca sem ter o taxímetro instalado no veículo.

“A fiscalização existe, mas ainda há carros que não possuem taxímetro. Apesar de, em geral, não utilizar o taxímetro nas corridas, o taxista que for pego sem o aparelho no carro vai ser multado e receberá uma advertência. Se, mesmo assim, permanecer a irregularidade, o taxista pode perder a licença para trabalhar”, disse o dirigente da ATA.

Campanha de conscientização em janeiro

A reportagem do 7segundos manteve contato com a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) para comentar a situação dos taxímetros na cidade. Por intermédio da assessoria, o superintendente Ricardo Teófilo disse que a aferição é feita justamente para que não haja ilegalidade e que, a partir de janeiro, o órgão dará início a uma campanha para conscientizar o usuário a cobrar o uso do taxímetro nos táxis de Arapiraca.