Greve na Educação em Arapiraca termina, mas categoria recorre ao TJ
Em assembleia realizada na manhã desta segunda-feira (22), os mais de 2.500 trabalhadores da Educação de Arapiraca resolveram acatar decisão da Justiça e pôr fim à greve da categoria que durou pouco menos de um mês. Na última sexta-feira (19), o juiz Kléver Loureiro decretou a ilegalidade da paralisação.
Apesar de decidir pelo retorno das aulas que, na prática, serão somente quatro dias letivos até o fim do ano, os trabalhadores preparam uma mobilização para a sede do Tribunal de Justiça de Alagoas, assim que o recesso do órgão tiver fim. Além disso, avisam que as aulas de 2015 só terão início quando o impasse com a prefeitura de Arapiraca for resolvido.
Os profissionais cobram cumprimento reajuste de 8.32% em referência à da data-base da categoria, que venceu em abril. Depois de acenar com a possibilidade de aumentar em 3% os vencimentos da categoria, a prefeita Célia Rocha voltou atrás e disse que não pode dar reajuste em virtude da crise financeira no Município.
“Querem uma audiência com o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador José Carlos Malta, para que possamos explicar qual é a real situação da Educação em Arapiraca. A data-base da categoria venceu em abril e, até o momento, não temos perspectiva de reajuste porque a prefeita alega a crise para não aumentar os vencimentos. Resolvemos acatar a greve, mas isso não significar que vamos nos calar”, declarou o diretor educacional do Sinteal, professor André Luís.
O sindicalista confirmou que aula no ano que vem, só quando o reajuste sair.
“Não podemos entrar em uma data-base com a anterior sem ter sido respeitada. Não queremos criar uma bola de neve ainda maior porque, apesar das dificuldades por que a prefeitura afirma passa na prefeitura, a Educação tem recursos do Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação]. Queremos também voltar a nos reunir com a prefeita para levantarmos o valor desse ano”, explicou o diretor educacional do Sinteal.
Quadro e salário
Hoje, ainda segundo o Sinteal, são mais de 2.600 trabalhadores em Educação, entre professor e administrativo. Arapiraca paga o piso nacional dos professores, que é em torno de R$ 1.600 para 40horas. Em cima desse valor, são acrescidas gratificações como especializações, tempo de serviço, previsto no Plano de Cargo e Carreira de Arapiraca.