Respeitarei qualquer decisão, diz Temer sobre resultado na CCJ
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara votará a admissibilidade da denúncia contra Temer nesta semana

O presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta terça-feira (11) que respeitará, seja qual for, a decisão tomada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara sobre a autorização para o prosseguimento de processo contra ele.
"A Câmara nesta semana, não posso deixar de dizer isso, tem uma importantíssima decisão a tomar. E eu respeitarei qualquer que seja o resultado da votação. Não é hora de dúvida, anseios. É hora de respostas rápidas. De vez em quando vejo 'se a economia vai bem, não precisa de governo'. Precisa sim, porque foi esse governo que botou a economia nos trilhos", declarou.
A declaração foi dada em um evento de lançamento do Plano Safra 2017/2018, que destinará R$ 103 bilhões em linhas de financiamento para o agronegócio. Do montante, R$ 11,5 bilhões serão dedicados a empresas do setor e R$ 91,5 bilhões, em crédito rural a produtores e cooperativas.
No evento, Temer voltou a dizer que seu governo está colocando "o trem nos trilhos" para que o presidente eleito em 2018 possa encontrar o país em melhor situação econômica. Segundo o peemedebista, no mundo da internet e da globalização, as "decisões ou omissões" repercutem em todo o mundo no mesmo instante.
O presidente ainda afirmou que a sociedade não pode ficar em dúvida se as instituições estão realmente comprometidas com o desenvolvimento. Temer não citou nenhum caso específico. Mas, na semana passada, enquanto ele estava na cúpula do G20, em Hamburgo, na Alemanha, políticos de partidos da base aliada, como o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e da oposição reforçaram o discurso de que o governo Michel Temer estaria próximo do fim.
O apoio ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) como sucessor na Presidência também cresceu durante a viagem de Temer para o exterior. Apesar de não ter demonstrado publicamente, as falas irritaram o presidente em Hamburgo, segundo assessores.
Para o presidente, é preciso ainda respeitar a ordem jurídica para garantir a estabilidade social. Toda vez que os limites da lei são "ultrapassados e transbordados", o país é desestabilizado, voltou a dizer.
"Não é por outra razão que muitas e muitas vezes, nos tempos atuais, se vê uma certa instabilidade porque há uma desordem de natureza jurídica. Há uma incompreensão de que a ordem jurídica tem de ser cumprida rigorosamente, passo a passo, o que dá a estabilidade ao país", complementou.
O presidente se mostrou confiante em relação à aprovação da reforma trabalhista pelo plenário do Senado nesta terça-feira (11) e disse que as medidas só foram possíveis por causa do diálogo do Planalto com o Congresso Nacional.
De acordo com assessores de Temer, a proposta deve ser aprovada, mas não com a margem folgada esperada antes do agravamento da crise política. O presidente também minimizou as manifestações contrárias à aprovação da medida. "Claro que há protestos de vez em quando, alguns pequenos e poucos protestos, mas a caravana vai passando. Nós somos a caravana e nós vamos passando, né?", afirmou.
Meirelles fala em "crescimento sustentável"
Em meio à maior crise política do governo Michel Temer, o ministro Henrique Meirelles aproveitou a oportunidade para dizer que estavam comemorando "corretamente e com muita razão" a agricultura brasileira. Ele também citou dados econômicos para mostrar que o país está saindo da maior recessão da história após pouco mais de um ano de gestão Michel Temer.
"Não é um crescimento artificial que leva à subida no consumo e depois a uma queda. É um crescimento baseado em investimento e, portanto, sustentável. Não há evidências disso [que o mercado está contaminado pela crise política]. Evidência é o que interessa na economia. Muitos insistem em lutar contra os fatos. Os dados preliminares de junho continuam a mostrar um crescimento", declarou.
Também participaram do evento os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Blairo Maggi (Agricultura), e o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli. O Plano Safra da Agricultura Familiar foi lançado no final de maio em cerimônia no Palácio do Planalto. Para a modalidade, o governo destinou R$ 30 bilhões.
O ministro Blairo Maggi ressaltou a importância do Plano Safra para o país e disse que trabalha para reduzir a burocracia na pasta, embora não seja uma tarefa fácil, admitiu, por haver muito corporativismo. "As pessoas se agarram às suas cadeiras e não querem abrir mão de seus carimbos", afirmou. "Mercado se conquista na cotovelada e na botina."
CCJ analisa pedido de investigação
Nessa segunda-feira (10), o deputado federal Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) leu seu parecer a favor da denúncia contra Temer apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.
Embora um parecer desfavorável ao presidente já fosse esperado pelo Planalto, ele teve um tom mais político do que o previsto. "Esperava que fosse mais técnico. Quando o Zveiter fala que o parecer é político, ele mesmo dá força ao governo", disse um assessor de Temer.
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