"Eu era uma das pessoas que chamava sertanejo de música de corno", diz cantora
Marília Mendonça revela por que se rendeu ao estilo que criticava
Marília Mendonça falou sobre traição, mote de boa parte de suas músicas, e como se tornou cantora sertaneja no "Conversa com Bial" de quinta-feira (14). Ela, que soltava a voz com pop e rock no começo da adolescência, admite que não cogitava aderir ao gênero que nos últimos anos domina o país.
"Eu era uma das pessoas que chamava sertanejo de música de corno, até acontecer comigo, até eu ser corna", diverte-se, contando como tudo começou.
"Foi uma praga. Estava cantando embaixo de uma árvore quando chegou um cara dizendo: 'já pensou em fazer uma dupla, cantar sertanejo em Goiânia?'. Respondi: 'Vou cantar sertanejo de jeito nenhum'. Ele disse: 'um dia você vai levar chifre e vai não só cantar sertanejo, mas também compor'. Aconteceu, igualzinho".
Marília comenta que ainda é comum as mulheres responsabilizarem a outra pela traição, quando na verdade deveriam descontar o ódio nos maridos que pulam a cerca. "Se fala tanto em feminismo e a mulher ainda culpa a outra (pela traição). Se o cara é casado comigo, está do meu lado, é meu namorado, quem me trai é ele. Como vou culpar a amante se eu não tinha nada com ela?", questiona.
A cantora é bastante procurada para ouvir casos reais. "A galera se apega muito na Marília conselheira. Já chegaram várias mulheres chorando no camarim, dizendo que acabaram de terminar com o infiel. Já recebi muitos directs (mensagens privadas) no Instagram contando histórias e pedindo pra não divulgar. Pode mandar, gente, estou precisando de inspiração", brinca.
As amantes também vêm em peso desabafar "A maioria das histórias que recebo é de amante, perguntando se o cara vai largar a mulher. Isso é coisa que eu nunca vi acontecer. Os homens pensam que o casamento é o mais importante, não ela".
Para quem passa por isso, aconselha: "Trair de volta não resolve muito, o melhor é terminar, acabar com tudo. Se continuar amando se vira, ama outra pessoa. Tudo é uma questão de costume", argumenta Marília Mendonça.