Arapiraca

Sistemas de esgotamento sanitário de conjuntos residenciais em Arapiraca não funcionam

Casal já foi multada pela prefeitura e precisa tomar medidas emergenciais para resolver o problema.

Por 7 Segundos Arapiraca com Assessoria 09/11/2017 11h11
Sistemas de esgotamento sanitário de conjuntos residenciais em Arapiraca não funcionam
Cor da água que corre do Conjunto Nossa Senhora Aparecida é - Foto: Genival Silva

Se engana quem pensa que o problema da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) é só da falta de água, que a exemplo do município de Arapiraca, no Agreste de Alagoas, já é comum.

Há alguns meses, a Prefeitura de Arapiraca, através da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, multou em R$ 200 mil a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) pelo lançamento irregular de efluente nos conjuntos Brisa do Lago, Nossa Senhora Aparecida, Agreste e no Vale da Perucaba, todos localizados na Capital do Agreste. 

O problema não foi resolvido e os dejetos de esgoto do residencial Nossa Senhora Aparecida agora tem prejudicado os demais moradores do bairro Massaranduba, que através da associação comunitária entraram em contato com a prefeitura pedindo ajuda.

No documento, eles relataram assoreamento em uma lagoa que nunca tinha secado, mau cheiro, rompimento de açude e barragem, sem falar na cor da água, “preta que nem carvão”.

Nessa quarta-feira (08), a superintendente de Meio Ambiente, Pricila Moura, acompanhada do engenheiro sanitário e ambiental, Marcius Omena, de fiscais e do engenheiro civil do departamento de licenciamento ambiental, Pedro Lucas, todos do município, fizeram uma visita in loco e confirmaram o que já haviam relatado à Casal: o sistema de esgotamento sanitário do conjunto precisa ser todo revisto, mas algumas medidas precisam ser tomadas em caráter emergencial.

“A Casal precisa abrir as cisternas, que corresponde à fossa e filtro, para inspeção e limpeza dos dois sistemas da localidade”, explicou Marcius. “A orientação é que anualmente a empresa responsável, que no caso aqui é a Casal, remova 30% do material sedimentado, e isso não foi feito, o que acabou sobrecarregando o sistema”, afirmou.

A superintendente garantiu que vai pedir o apoio do técnico do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e fez questão de lembrar que a Casal tem conhecimento do problema desde o dia 27 de junho deste ano, quando pediu um tempo para resolver, mas até agora nada. “O meio ambiente é uma cadeia, a água suja que está no riacho na Massaranduba, deságua no Poção, vai para o Rio Coruripe e chega na praia. Estamos preocupados e cumprindo nosso dever”, afirmou.

O engenheiro sanitário confirmou: “Até agora a Casal não se manifestou para a resolução do problema e o material efluente sem tratamento continua sendo lançado, não é preciso nem chegar muito perto para averiguação, o odor é sentido de longe”.

“No primeiro momento, quando fizemos a avaliação da estação, emitimos um relatório técnico, a empresa viu que não estava funcionando, indicamos inclusive o que tinha ser feito para resolver o problema. Considero essa atitude da Casal um descaso com a saúde pública”, completou.

O que diz a Casal 

"Após receber esses sistemas de esgotamento sanitário, a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) identificou algumas inconformidades. Diante disso, uma equipe da Casal está efetuando o levantamento da situação desses sistemas para a elaboração de projetos e, posteriormente, a contratação dos serviços de melhorias. A Casal também manteve contato com as construtoras responsáveis pelas obras, que se comprometeram a colaborar com as correções necessárias. Quanto à notificação emitida pela prefeitura, a Casal recorreu dessa decisão", diz a companhia em nota enviada ao 7 Segundos.