Depressão será a principal causa de afastamento do trabalho até 2020, diz OMS
Afastamentos por doenças do trabalho crescem 25% no País.

Quando era professora de um curso de inglês, Roberta* (nome fictício), 30 anos, chorava muito durante as aulas e chegou a tentar suicídio duas vezes. O ambiente de trabalho insalubre, com muita pressão e assédio, ajudou a desencadear a depressão. Em 2015, foi afastada e nunca mais retornou à escola onde trabalhava.
“O ambiente de trabalho favoreceu o desencadeamento da doença. Depois, eu me mudei. Desde que sai de Recife, parece que tudo melhorou”, comenta. A história de Roberta é um exemplo de afastamento por doença do trabalho, fenômeno que cresceu cerca de 25% entre 2005 e 2015, chegando a atingir 181.608 pessoas no País.
Os dados do Anuário do Sistema Público de Emprego e Renda do Dieese, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais), acendem o alerta de que ambiente de trabalho insalubre pode levar a doenças físicas e mentais, como Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e depressão, além do vício em drogas ou álcool.
Esses problemas afetam mais homens, não-negros, com faixa etária entre 30 e 39 anos e ensino médio completo ou superior incompleto e moradores de regiões não-metropolitanas, de acordo com o levantamento. Em contrapartida, houve maior crescimento entre as mulheres, cerca de 41%, e nos casos nas regiões metropolitanas, 28%.
O aumento acelerado das estatísticas preocupa especialistas em todo o mundo, especialmente em relação aos transtornos mentais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2020, a depressão será a principal causa de afastamento do trabalho em todo o mundo. Fatores como bullying e assédio no ambiente de trabalho geram estresse que podem acometer a mente. A OMS também aponta que a perda de produtividade em decorrência de transtornos depressivos e de ansiedade demandam gastos de U$ 1 trilhão por ano à economia global.
INICIATIVA
Após ser diagnosticada com transtorno bipolar, a diretora adjunta de marketing de uma multinacional, Dyene Galantini lançou o projeto “Vencendo a mente”, para conscientizar e ajudar portadores de transtornos mentais. A sua ideia é, no futuro, criar uma rede de apoio online, pelo site do projeto.
“Eu contei com o apoio do meu chefe e dos meus colegas de trabalho quando fui diagnosticada. Um ambiente de trabalho saudável é muito importante. Eu pedi uma licença de duas semanas e busquei tratamento. No auge do transtorno mental, você sente que não tem esperança de ter uma vida normal novamente. Eu quero mostrar que isso é possível”, conta.
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